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Nuno Júdice aplaude. Para o poeta, a escolha de António Costa para sucessor de João Soares foi acertada. "É uma uma escolha que me deixou muito satisfeito".
A notícia da nomeação de Luís Filipe Castro Mendes foi conhecida esta manhã, através de uma nota publicada na página oficial na internet, da Presidência da República.
As reações começam agora a ser conhecidas. À TSF, o poeta Nuno Júdice não esconde que o nome eleito por António Costa para tutelar a área da Cultura é uma aposta certa e certeira.
"É uma excelente escolha, porque o Luís Filipe é uma pessoa que, para lá da atividade diplomática, nunca perdeu o contacto com o mundo cultural português. Mesmo apesar das longas estadias no estrangeiro devido à sua carreira. Tem muitos contactos devido também a essa carreira no estrangeiro, o que é importante para a nossa cultura", refere à TSF Nuno Júdice.
"Por outro lado é uma pessoa que tem e terá sem dúvida um projeto para o ministério e ideias a pôr em prática. E, finalmente, "por outro lado, também, tem uma distância, devido a essa profissão [diplomata], que não está dependente de, enfim, de grupos e expressões que são naturais nesse mundo da cultura".
Resumindo, Nuno Júdice diz que, para além da relação de amizade que existe entre os dois, o novo ministro da Cultura "é uma uma escolha que me deixou muito satisfeito".
Na área política, Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda (BE), diz que "mais do que pessoas e nomes, são importantes as políticas. A Cultura não pode esperar mais".
O líder da bancada parlamentar do BE salienta, ainda, que "é necessário uma resposta com políticas. Vamos ver como é que [o novo ministro] se vai enquadrar. É o momento de trazer ideias a debate para depois contribuirmos com as nossas propostas", refere em declarações à TSF.
Pelo PCP reagiu o dirigente Jorge Cordeiro, que afirma que independentemente de quem seja o titular do Ministério da Cultura o importante é "haver uma resposta" aos problemas que afetam o setor.
"Aquilo, sobretudo, que queremos relevar é a necessidade de, seja qual for o titular da pasta da Cultura, poder haver uma resposta ao conjunto de problemas que afetam todo o setor de que estamos a falar, que foi conduzido ao longo de anos e particularmente nos últimos quatro anos a um subfinanciamento crónico, que prejudica a criação cultural, que prejudica a proteção do nosso património, que deixa sem resposta milhares de produtores", afirmou Jorge Cordeiro, em Ponta Delgada, Açores.
O dirigente da comissão política do comité central comunista reafirmou que o PCP "considerou absolutamente natural a demissão do dr. João Soares pela situação criada pelas declarações proferidas".
"No momento que dissemos e sublinhámos quando fizemos essa declaração - a minha camarada Ana Mesquita -- de que o que relevávamos não era esse episódio e a dimensão que ele assumiu, mas sobretudo a nossa preocupação de que os problemas culturais fossem discutidos e é hoje isso que voltamos a fazer", adiantou, notando que "o problema não está no titular".
A Associação de Profissionais das Artes Cénicas - Plateia defendeu hoje a necessidade de o primeiro-ministro definir a estratégia para a Cultura e a respetiva sustentação orçamental, assim como a posição portuguesa nas prioridades europeias nesta área.
"Mais do que a saída ou entrada de um ministro, importa saber qual a política [do Governo para a área] e que o primeiro-ministro defina a estratégia para a Cultura" e para a criação artística, disse Carlos Costa, elemento da direção da Plateia, citado pela agência Lusa.