O arranque da nova temporada do Teatro Nacional São João garante o regresso de William Shakespeare. Um ano depois de Macbeth, o encenador Nuno Carinhas volta a apostar numa produção própria baseada numa obra do autor britânico.
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Ciúme, inveja, rivalidade, amor, traição. A tragédia de Shakespeare, escrita no início do século XVII, não acusa a passagem do tempo. No Teatro Nacional de São João, no Porto, o encenador Nuno Carinhas apresenta Otelo, em versão contemporânea.
Uma versão densa e intensa. O grupo de atores é, para Nuno Carinhas, um suplemento que evidencia a sociedade atual. Preterido por Otelo, que preferiu nomear o jovem Cássio seu tenente, Iago, o vilão, solta raiva e espalha veneno.
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Uma personificação do mal, interpretada por Dinarte Branco. Desdémona enfrenta a vontade do pai. A liberdade para escolher marido levou-a até Otelo, de outra raça e estatuto. Maria João Pinho é Desdémona e sente que é, neste papel, um espelho da realidade.
Um ano depois de Macbeth, Nuno Carinhas aposta, novamente numa peça de William Shakespeare, garante que "não há qualquer obsessão, antes uma feliz coincidência".
Em dezembro, Nuno Carinhas volta a estrear um espetáculo da sua autoria, que junta Samuel Beckett e Gil Vicente. O resultado chama-se "Uma Noite no Futuro".
Otelo é uma produção própria do Teatro Nacional São João e marca o arranque da nova temporada. Esta sexta-feira, Otelo exibe-se pela primeira vez ao público, a reposição está já garantida, para janeiro do próximo ano.