Síndrome é a nova peça da coreografa Olga Roriz, estreia esta noite no Teatro S. Luiz, em Lisboa.
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Síndrome parte da peça anterior, Antes que Matem os Elefantes, onde várias pessoas viveram num compartimento, talvez um quarto, numa casa de Alepo, na Síria, debaixo de fogo.
Agora, Síndrome, de Olga Roriz, parte dessa ideia mas é a saída para uma certa ideia de rua, uma certa ideia, talvez interior, o que fazer com este momento do mundo? Refazer, não é necessariamente reconstruir, tijolo por tijolo. Mesmo que seja fundamental reconstruir as ruas, aqui o que a coreografa quis foi refazer o que está por dentro e saiu da Síria e de Alepo e olhou mais de cima.
O mundo é muito maior e diante da desgraça, e depois da tempestade há sempre um outro olhar. Esse é o ponto de partida para Síndrome, que tem ainda os blocos de pedra, em ruínas, a terra no chão, momentos de coreografias de Olga Roriz que estão aqui em Síndrome, porque afinal é preciso reconstruir a partir de dentro, refazer, erguer-se e seguir, e para isso a coreografa chamou a atriz Sara Carinhas, a filha que trabalha assim, pela primeira vez, ao lado da mãe. O que fazer depois da guerra, ou ainda a guerrear dentro de nós, o que fazer, para onde ir, o que refazer.
Síndrome, da coreografa Olga Roriz, estreia esta noite no Teatro S. Luiz, em Lisboa e fica hoje e amanhã às 9 e meia da noite e no domingo, ultimo dia, às 5 e meia da tarde.