Em Faro, até quinta-feira, A Companhia de Teatro do Algarve dá a conhecer aos mais pequenos o espaço onde sobem ao palco os seus espetáculos. Um teatro construído no século XVI, com muitas histórias.
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O faz de conta começa logo fora do teatro. "Mostrem lá o bilhete", diz Elisabete Martins para o grupo de crianças. Ninguém tem ingresso, por isso a atriz diz aos miúdos que o teatro é também imaginação. Propõe-lhes tirar dinheiro imaginário do bolso para pagarem o bilhete de entrada.
Começa desta forma uma das visitas encenadas que A Companhia de Teatro do Algarve (ACTA) está a organizar para grupos de crianças dos infantários.
O propósito é dar a conhecer as histórias de um edifício construído em 1599, o teatro Lethes, que já teve inúmeras funções ao longo dos tempos. Foi colégio de Jesuítas, quartel das tropas Napoleónicas, até que um cidadão italiano o reconstruiu à semelhança do La Scala de Milão. Por isso, os dois atores, Elisabete Martins e Luis Manhita, vão fazendo pequenas atuações onde não faltam personagens como os soldados franceses que ocuparam o edifício e os ingleses que os ajudaram a expulsar de Portugal.
Tudo com muito humor. No final, depois de terem visitado os camarins, de terem visto o lado de lá do palco, e de terem estado sentados nas cadeiras de veludo vermelho do teatro, a Lara e o Rodrigo levam a lição bem estudada sobre o que foi e é hoje este edifício. "Aprendemos muitas coisas", garantem as crianças.
Com esta iniciativa talvez o teatro tenha ganho hoje um novo público.