Teresinha Landeiro: "Espero que as pessoas vejam o Fado como uma portugalidade que se insere no Alive"

TSF
Em 2022, a fadista viu metaleiros a chorar durante o seu concerto e, agora, quer ver que emoções vai despertar na plateia. É o que conta nesta Entrevista TSF
Teresinha Landeiro, estamos num festival com muitas bandas, com bandas que trazem muita gente, mas o Fado Café não deixa de ser um palco especial e até com nomes do Fado muito importantes. Não é apenas um pequeno palco ali escondido.
Espero que não. Espero que as pessoas vejam este palco como uma portugalidade que se insere neste festival. Embora eu saiba que as pessoas não vêm pelo Fado, há muitos estrangeiros aqui e, se eles tiverem a curiosidade de descobrir o que é Fado, têm ali um palco onde podem encontrar fadistas e a nossa música. É muito importante e, de facto, fico muito feliz por fazer parte deste festival, já tantas vezes, e poder voltar cá é uma alegria para mim.
A Teresinha Landeiro vai atuar em dois momentos no Fado Café. Vai fazer dois espetáculos diferentes.
Organizei dois alinhamentos diferentes. Claro que há músicas que se repetem de um para o outro, mas tentei mudar nem que fosse a ordem, pôr algumas coisas diferentes num e no outro. Se houver alguém que passe por lá uma segunda vez, porque gostou muito da primeira, ao menos tem um concerto diferente para ouvir. É assim que tem de ser, é o respeito pelo público também. É quase como se fossem dois concertos.
Eventualmente vai estar ali muita gente que, se calhar, nem sabe muito bem o que é Fado. É sempre uma experiência diferente.
Sem dúvida. Contava há pouco que, em 2022, eu vim no ano dos Metallica e, então, o público era muito metaleiro e foi extraordinário, porque é um público que tem muita curiosidade musical e é muito sensível. Dei com eles a chorar a ouvir Fado e não percebiam uma palavra.
Vieram e quiseram conversar no final, porque nós, antes, passávamos pelo público para chegar ao palco e, então, cruzei-me com vários deles super emocionados e foi muito especial. Estou muito curiosa para ver como é que vai ser o público deste dia, com este cartaz.
A Teresinha Landeiro, que esteve aqui na quinta-feira e fez uma participação também com a Orquestra Sinfónica Juvenil Chiquinha Gonzaga. Para quem não sabe, é uma orquestra sinfónica só de mulheres de escolas públicas do Rio de Janeiro. Foi convidada? Estava cá por acaso e participou?
Fui convidada. Foi uma iniciativa da própria organização do NOS Alive. Na verdade, não tivemos tempo para grandes ensaios, foi tudo ensaiado no próprio dia. Escolhi uma música do repertório delas para cantar com elas e, depois, desafiaram-me a cantar mais uma com a vocalista da orquestra. Foi um momento muito especial porque é sempre muito importante partilhar música com mulheres, em cima do palco e tão talentosas.
Às vezes, parece que as bandas são compostas maioritariamente por homens e é tão bom, de repente, subir ao palco só com mulheres. Para mim, é super inspirador. Foi um dia e uma tarde muito especial.
E agora está aqui a preparar quase um espetáculo grande que vai ter em breve num espaço maior também.
Sim, dia 19 de setembro vou pisar o palco do CCB, o grande auditório. Talvez um dos meus auditórios favoritos de Lisboa, se não mesmo o mais especial para mim. Estou muito feliz, é a minha estreia por lá. Gostava de convidar toda a gente a aparecer, porque é uma sala muito grande, portanto, cabemos todos e estou muito ansiosa por esse concerto.
Vai atuar aqui em dois momentos e depois vai andar por aí a ver algumas bandas?
Vou, vou, vou. Gosto muito de terminar os meus concertos e depois ir descontrair um bocadinho, ouvir música. E não quer dizer que não vá um bocadinho antes também do meu concerto, porque é só às 20h00 o primeiro e às 21h35 o segundo. Portanto, vou passear um bocadinho antes se calhar e depois seguramente.
