A vida e obra de António Ramos Rosa vão ser comemoradas nos 100 anos do seu nascimento
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O centenário do nascimento do poeta António Ramos Rosa, natural de Faro, vai ser assinalado esta quarta e quinta-feira naquela cidade com um programa vasto que inclui uma exposição de originais, mesas redondas, debates e uma atuação de poesia performativa.
À TSF, Maria Teresa Horta recorda “um amigo, e um poeta determinante para a poesia portuguesa contemporânea”. A escritora e poetisa lembra que foi este poeta, ensaísta e tradutor que deu impulso à publicação dos seus primeiros poemas quando chegou a Lisboa. “Um amigo comum mostrou-lhe as minhas coisas e ele gostou tanto que pediu para vir falar comigo.” A partir daí, tornaram-se amigos e Maria Teresa Horta considera-o “uma das pessoas mais importantes” da sua vida, como ser humano e poeta.
Maria Teresa Horta é a única poetisa viva dos cinco que lançaram a revista “Poesia 61”, que se tornou um movimento poético em Portugal. Ao seu lado, estava Casimiro de Brito, Luiza Neto Jorge, Gastão Cruz e Fiama Hasse Pais Brandão, jovens que começavam a dar os primeiros passos na poesia. “Ele ajudava-nos, estava sempre disponível e ao nosso lado”, conta. ”Todos nós devemos ao António [conhecer] o que é a poesia, aquilo que é a liberdade de escrever.”
António Ramos Rosa publicou, em 1958, o seu primeiro livro (“O Grito Claro”), o início de uma vida dedicada à poesia com mais de 50 obras editadas.
Em 1988, foi distinguido com o Prémio Pessoa e o seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
O poeta nasceu em Faro a 17 de outubro de 1924 e as comemorações do seu centenário arrancam esta quarta-feira com a inauguração da exposição “António Ramos Rosa e a Integração do Real”, com a curadoria do poeta e ensaísta António Carlos Cortez, às 17h30, na Biblioteca Municipal de Faro-António Ramos Rosa.
Na quinta-feira, o dia começa com uma cerimónia solene, seguindo-se conferências e mesas redondas sobre a vida e obra do autor, com a presença de vários escritores, ensaístas e investigadores.