Fundada em 2003, é formada por tunos com idades entre 27 e 80 anos. Nasceu inspirada nas "quarentunas" espanholas.
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São 40, mas quando se juntam a tocar parecem muitos mais. O som de cerca de 20 instrumentos a serem ensaiados em simultâneo forma uma verdadeira algazarra, ainda mais quando se juntam gargalhadas e vozes. Mas este é o espírito que anima a Tuna de Veteranos de Viana do Castelo.
Fundada em 2003, é formada atualmente por tunos com idades entre 27 e 80 anos e profissões variadas.
Do arquiteto ao engenheiro, do advogado ao empresário, marketeer, comercial ou músico, todos cantam e tocam. Alegram quem os vê e escuta. E são amigos.
"O que nos une aqui é fundamentalmente a amizade, o gosto pela música e o convívio. Comecei a tocar num grupo folclórico e depois vim para a tuna. Estou cá há 21 anos”, afirma José Moreira, de 52 anos, advogado.
Por seu turno, João Peixoto, de 47 anos, bancário e fundador da tuna, sublinha: “Uma vez tuno, tuno para sempre. Mantemos vivo esse espírito de tuna e convívio, onde esquecemos o que somos profissional e pessoalmente e passamos a ser o grupo de amigos de há 20 anos.”
Com quase 21 anos de existência, a tuna nasceu inspirada nas “quarentunas” típicas em Espanha e na América Latina. Segundo o porta-voz dos Veteranos, Antero Gama, de 52 anos, “da ideia de antigos alunos de diversas academias que, terminando os seus estudos, decidiram arranjar uma forma de prolongar o prazer de reunir pela música e pela amizade”.
“Não existia nenhuma tuna com este conceito em Portugal. Foi uma ideia inspirada nas quarentunas que já existiam em Espanha. O nome de quarentuna tem a ver com 40 anos. A primeira espanhola foi a de Barcelona e juntou jovens de 40 que hoje já são ‘oitentunos’, porque já é gente com 70 e 80”, explica Antero.
O único "oitentuno" dos Veteranos de Viana faltou à atuação na noite desta reportagem [numa festa da comunidade escolar do Colégio do Minho], porque estava “mau tempo”.
“É o único que tem desculpa para faltar”, brincou Licínio Torre, o magister [responsável máximo da tuna], arquiteto com 38 anos, destacando que “há uma diferença grande, cada vez maior, de gerações, porque vai entrando sempre gente mais nova”. Contudo, “há um elo comum, a música, que agrega todos e elimina qualquer controvérsia”.
Como momentos mais marcantes da Tuna de Veteranos de Viana do Castelo, Antero Gama destaca um encontro em Ponte de Lima, marcado “no tempo em que não havia Facebook”, com 25 tunos “totalmente desconhecidos” de Pamplona. “Jantamos, tocamos e criou-se logo ali uma amizade que ainda perdura”, recorda, lembrando ainda, como dia histórico, aquele em que o músico Pedro Barroso subiu a palco com a tuna para juntos interpretarem o tema “Esperança”.
Outro elemento da fundação, Paulo Rigor, delegado de informação médica, de 50 anos, resume o espírito desta tuna madura e única que pertence à Federação Internacional de Quarentunas: “A melhor coisa do mundo é encontrar amigos, compartilhar música e alegria.”
