A prisão de Beja prepara-se para ser ponto de encontro de dois patrimónios da humanidade: o cante e o chocalho.
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Um ano depois da consagração do cante, o Alentejo aguarda a decisão dos peritos internacionais sobre a candidatura da arte chocalheira, ou seja, a construção do chocalho - o objeto sonoro que é colocado no pescoço dos animais e que fica suspenso por uma coleira.
O fabrico dos chocalhos vem desde o século XVIII, mas está em vias de extinção, o que motivou o Turismo do Alentejo a promover a candidatura da arte chocalheira a Património Cultural Imaterial da Humanidade com Necessidade de Salvaguarda Urgente.
O dossier vai ser avaliado na próxima semana, na reunião da Unesco que vai decorrer na Namíbia e a lista de medidas que podem contribuir para preservar a tradição inclui um projeto de formação dos reclusos da prisão de Beja.
O Subdiretor-geral dos Serviços Prisionais, Licínio Lima, avança à TSF que já deu luz verde para que o projeto avance e explica que envolve um investimento residual, que terá de ser definido em conjunto com os promotores da candidatura da arte chocalheira a património da Unesco.
Na Prisão de Beja, o fabrico de chocalhos pode assim juntar-se a outro património da humanidade, que também já faz parte das atividades dos reclusos: o cante alentejano, que foi inscrito na lista da Unesco há precisamente um ano.
Uma vez por semana, um grupo de reclusos da prisão de Beja junta-se na sala de visitas para cantar. Numa altura em que se celebra um ano da consagração do cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade, a TSF acompanhou um ensaio do Grupo Coral do Estabelecimento Prisional de Beja.