António Costa, Pedro Sánchez e Pilar del Rio assinalaram, em Lanzarote, os 20 anos da atribuição do Nobel da Literatura a Saramago.
Corpo do artigo
Os 20 anos do Nobel da Literatura atribuído a José Saramago foram marcados por discursos sobre as relações entre Portugal e Espanha, que o escritor contribuiu para estreitar,
Em Lanzarote, na biblioteca da Casa Saramago, os primeiros-ministros português e espanhol prestaram homenagem a Saramago. António Costa fez o discurso viajar entre as duas línguas das duas pátrias em que o Nobel viveu.
Começou por, em português por, na terra que Saramago "tornou também sua", prestar "tributo, admiração e agradecimento à sua memória de escritor de todos nós e de cada um de nós". De seguida, em espanhol lembrou "um cidadão do mundo e um homem de muitas pátrias".
Também o primeiro-ministro português afirmou que "Saramago continua a representar um inestimável traço da relação entre Portugal e Espanha". A visita de Costa começou pela Fundação César Manrique, seguida de uma visita à casa onde viveu José Saramago, com uma paragem especial no jardim, debaixo da árvore onde o escritor se sentava, na sua cadeira, ao fim da tarde a ver o mar.
TSF\audio\2018\10\noticias\06\ricardo_oliveira_duarte_saramago_16h
O primeiro-ministro português encerrou o "não ato oficial", como lhe chamou Pilar del Rio, ela, precisa e naturalmente, que foi quem o abriu. E começou por agradecer, em primeiro lugar, a António Costa "que teve a ideia desta reunião e levou-a cabo, o que é duplamente admirável".
Pilar emocionou-se, ao falar de Saramago, e revelou que António Costa foi a primeira pessoa a saber da morte do Nobel.
Agradeceu também que Pedro Sanchéz tenha aceitado estar ali nesta data simbólica e o líder do Governo espanhol retribuiu, salientando que não é só a efeméride que importa destacar, antes homenagear a pessoa, o homem José Saramago
"Foi muito mais que um escritor excecional, que o foi sem dúvida. Foi um ser humano íntegro. Não quis refugiar-se em torres de marfim, onde tantas vezes se perde o sentido da realidade das coisas. Envolveu-se sempre em debates muito sensíveis e sempre com uma posição inequívoca, que creio que todos os que aqui estão partilham: a da justiça social", lembrou o primeiro-ministro espanhol.
Um homem que, nas palavras de Pedro Sanchez e de António Costa, aproximou Portugal e Espanha, foi um elo de ligação muito importante, qual "jangada de pedra", símbolo dos dois países.