De "Massacre no Texas" a "Psico", de "Suspiria" a "Branca de Neve e os Sete Anões", a Cinemateca Portuguesa entra em 2018 com um ciclo sobre as dimensões do medo, a exibir ao longo de janeiro.
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A Cinemateca Portuguesa começa 2018 com um ciclo de cinema dedicado ao medo. Até ao final de janeiro são diversas as propostas a exibir, atravessando todo o século XX, do cinema de autor aos "blockbusters", sem esquecer a animação da Disney.
Com mais de 40 filmes selecionados, o ciclo abrirá esta quarta-feira com "L"arrivée d"un train en gare de la ciotat", um dos primeiros filmes dos irmãos Lumière; 50 segundos de um só plano, que revela a chegada de um comboio a uma estação.
O responsável pela programação da cinemateca, Luís Miguel Oliveira conta, em declarações à TSF, que este filme foi escolhido porque mostra que o "a experiência do cinema esteve sempre associada, desde o primeiro instante, à experiência do medo".
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Para a mesma sessão de abertura do ciclo foi escolhido "Psico" (1960), um dos filmes em que Alfred Hitchcock, ""o cineasta do medo" por excelência, mais longe levou e mais radicalmente trabalhou o tema" do medo, refere a Cinemateca.
O ciclo é "sobre o cinema do medo, do grande quase abstrato medo que faz o espectador sentir-se sozinho, mesmo se a sala de cinema estiver cheia de gente", escreve a Cinemateca na programação de janeiro.
Até ao final de janeiro são diversas as propostas a exibir, atravessando todo o século XX, do cinema de autor aos "blockbusters", sem esquecer a animação da Disney.
O Museu do Cinema revela outra das premissas deste ciclo: Pensar a presença do medo no espaço público, "como conceito ou instrumento de manipulação coletiva do "medo da bomba" ao "medo do terrorismo", para dar dois exemplos flagrantes".
"O despertar dos mortos vivos" (1968), de George Romero, "Alien, o oitavo passageiro" (1979), de Ridley Scott, "Tubarão" (1975), de Steven Spielberg, "Suspiria" (1976), de Dario Argento, "Massacre no Texas" (1974), de Tobe Hooper, e "Shining" (1980), de Stanley Kubrick, são alguns dos filmes escolhidos.
A eles juntam-se ainda, por exemplo, "An unseen enemy" (1912), de D. W. Griffith, "Un chien andalou" (1929), de Luís Buñuel, "O diabólico Dr. Mabuse" (1960), de Fritz Lang, "Vampyr" (1930), de Carl Dreyer, e "Viver no medo" (1955), de Akira Kurosawa.
A Cinemateca inclui ainda um único filme português, a curta-metragem "A Caça" (1963), uma "poderosa alegoria sobre o destino humano" assinada por Manoel de Oliveira, e "A Branca de Neve e os Sete Anões" (1937), primeira longa-metragem de animação da história do cinema, assinada por Walt Disney.