O desenhador e artista visual António Jorge Gonçalves lança o livro "Desenhos Efémeros" que reúne notícias, imagens e reflexões sobre a atividade performativa do autor.
Corpo do artigo
Pode o desenho ser performance? O trabalho de mais de 15 anos de António Jorge Gonçalves é a prova. O artista visual tem desenvolvido o desenho digital em tempo real e a manipulação de objetos em retroprojetor de transparências. O livro "Desenhos Efémeros", que chega agora às livrarias, é a vontade de registar para memória futura as mais de 150 performances do artista que, por característica, são efémeras.
Desenhou concertos, peças de teatro, palavras ditas, poesias declamadas. E projetou esses desenhos em paredes, em palcos, em corpos. Em entrevista na Manhã TSF, António Jorge Gonçalves confessa que se sente "um músico visual", que desenha sem censura.
TSF\audio\2018\01\noticias\23\conversa_antonio_jorge_goncalves
Pode desenhar-se tudo, defende, "e o mais interessante é cartografar o nosso próprio interior".
O também cartoonista (assina desenhos, por exemplo, no suplemento Inimigo Público), confessa-se um curioso, sempre na expectativa de ser surpreendido. "A curiosidade implica que nunca estejamos satisfeitos, que estejamos sempre à procura de esticar um pouco mais, levar mais longe aquilo que estamos a fazer, ou à procura de nos surpreendermos", explica, "quero acreditar que ainda há coisas que vou fazer que não sonho que as vou fazer. E isso agrada-me muito".
Todos os lugares servem a António Jorge Fernandes para desenhar, e talvez um dia também a rádio. "Já imaginou desenhar para uma emissão de rádio?", perguntou Fernando Alves; "Vamos a isso! Eu topo", respondeu.
"Desenhos Efémeros", de António Jorge Gonçalves, é editado pela Orfeu Negro. O livro é apresentado esta terça-feira, às 18h00, no teatro São Luiz, em Lisboa. A sessão inclui um concerto do pianista Filipe Raposo com desenhos em tempo real de António Jorge Gonçalves.