“Vocês fazem-me sentir em casa.” Estádio da Luz iluminou-se com as “eras” de uma Taylor Swift “apaixonada” por Lisboa
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Depois de quase 20 anos de carreira, Taylor Swift estreou-se (finalmente) em Portugal e em dose dupla. A artista norte-americana subiu ao palco do Estádio da Luz pela segunda vez consecutiva na noite deste sábado. Eram 19h55 quando nos ecrãs gigantes surge um relógio em contagem decrescente. Começa a ouvir-se os primeiros acordes, o que indica que a cantora está prestes a entrar em cena. Cinco minutos depois (às 20h00 em ponto) – precisamente a hora marcada – Swift aparece em palco, levando os fãs ao delírio.
“It’s been a long time coming but…” foram as primeiras palavras cantadas pela artista. “Miss Americana & The Heartbreak Prince”, do álbum Lover, é o primeiro tema apresentado aos “swifties” portugueses. E cumprimentou o público com um português bem treinado: “Olá”, disse.
O conceito da “The Eras Tour”
Na “The Eras Tour”, a cantora decidiu presentar o público com uma viagem pelos 11 discos da carreira, sendo que cada álbum representa uma “era”. As cores dos cenários visuais e das roupas usadas por Swift em palco não foram escolhidas ao acaso.
Tudo foi pensado tendo em conta as cores e as personalidades dominantes em cada trabalho: o cor de rosa romântico de “Lover”, o dourado ingénuo de “Fearless”, o vermelho apaixonado de “Red”, o lilás princesa de “Speak Now”, o preto destemido de “Reputation”, os introspetivos “Folklore” e “Evermore” – que nesta segunda noite foram representados com um vestido em tonalidades avermelhadas, as cores garridas e divertidas de “1989” (num conjunto cor de rosa e amarelo), o preto e branco depressivos de “The Tortured Poets Department” e o azul brilhante de “Midnights”. Ao todo, foram quase 20 trocas de roupa, mais de três horas de concerto e 48 canções, mas a energia dos fãs esteve sempre ao rubro: a cantar, a dançar ou a gritar pela artista.
E tudo se tornou ainda mais especial com as pulseiras led, oferecidas aos espectadores aquando da entrada no recinto, que brilharam ao som de cada música, iluminando o Estádio da Luz do início ao fim. A primeira era contou ainda com “Cruel Summer”, “The Man”, “You Need To Calm Down” e “Lover”.
“Vocês fazem-me sentir em casa”
Por todas as cidades e países que passa, a artista deixa vários elogios ao público. E em Lisboa não foi diferente. Mostrando-se surpreendida com o entusiasmo dos fãs portugueses, Swift afirmou estar “apaixonada” pelo público de Lisboa, que a fez “sentir-se em casa”. “Portugal, vocês fazem-me sentir em casa”, disse. “Tenho de dizer, nunca tive um público como este na minha vida. Houve momentos neste concerto em que me esqueci do que fazer a seguir por estar tão distraída com o quanto se estão a divertir. É um sonho estar aqui com vocês”, acrescentou.
De seguida, uma cortina de faíscas cai sobre o palco: vem aí a era “Fearless”, com Taylor Swift a surgir com a sua guitarra. “Fearless”, “You Belong With Me” e “Love Story” transportaram o público aos tempos de infância e de adolescência. Sem tempo a perder, a próxima era é “Red”. Um dos pontos altos aconteceu durante o tema “22”. Tal como é habitual em todos os concertos, a equipa da artista escolhe uma criança do público para ir até à ponta do palco receber o chapéu usado por Swift – assim foi também em Lisboa. E ainda há tempo para, em uníssono, cantar-se a versão de 10 minutos do tema “All Too Well”.
Em “Speak Now”, o estádio pintou-se de lilás e Swift surgiu em palco vestida como uma princesa. “Enchanted” é o único tema presente no alinhamento para esta era. Logo a seguir, uma cobra aparece nos ecrãs. É hora de “Reputation”. “Ready for It”, “Delicate”, “Don’t Blame Me” e “Look What You Made Me Do” são as canções que mostram a determinação e autoconfiança inabaláveis de Swift perante as adversidades que foi passando ao longo da vida.
Ovacionada durante três minutos: “Amo-vos muito”
“Folklore” e “Evermore” foram dois álbuns que surgiram durante a pandemia de Covid-19. “Orgulhosa” destes trabalhos, Taylor Swift explicou que os escreveu enquanto pairava a incerteza quanto ao futuro dos espetáculos ao vivo e sublinhou estar “muito feliz” por, agora, poder cantar estes temas ao vivo, na presença dos fãs. Foi em “Champagne Problems” que os fãs protagonizaram outro dos momentos altos – e que também tem sido habitual durante a digressão: durante quase três minutos, a cantora foi ovacionada pelas mais de 60 mil pessoas presentes. Visivelmente emocionada, respondeu: “Amo-vos muito.” Pelo meio do concerto, Swift aproveitou ainda para mostrar que estudou a língua portuguesa, agradecendo mais do que uma vez aos fãs com um “muito obrigada”.
Em “1989”, foi um momento para dançar, saltar e cantar em plenos pulmões, com “Style”, “Blank Space”, “Shake It Off”,” Wildest Dreams” e “Bad Blood”. A era seguinte, “The Tortured Poets Department”, corresponde ao mais recente álbum lançado pela artista, há pouco mais de um mês, a 19 de abril. Com o cenário agora em preto e branco, Taylor Swift levitou pelo palco em “Who’s Afraid Of Little Old Me” e “Down Bad”. “But Daddy I Love Him”, "So High School", “Fortnight”, “The Smallest Man Who Ever Lived” e “I Can Do It With a Broken Heart” completaram este segmento do espetáculo.
“Uma noite inesquecível”
Já próximo do fim, chegou o momento das músicas surpresa, momento esse muito esperado pelos fãs. Numa versão acústica, Taylor Swift dedica estes minutos a cantar e a tocar temas que não fazem parte do alinhamento principal. Normalmente, as canções escolhidas diferem de cidade para cidade: este sábado, na segunda noite em Lisboa, a artista optou por “The Tortured Poets Department” e “Now That We Don’t Talk”, na guitarra, e “You’re On Your Own Kid” e “Long Live”, no piano. No final, mergulhou para debaixo do palco, o que significa que estava a chegar o último ato das “eras”: “Midnights.”
“Lavender Haze”, “Anti-Hero” e “Midnight Rain” são alguns dos temas apresentados. E ainda há tempo para uma parte mais provocadora com “Vigilante Shit”. “Bejewled”, “Mastermind” e “Karma” finalizaram o concerto, que terminou perto das 23h15 com um pequeno espetáculo de fogo de artifício. “Obrigada por uma noite inesquecível”, afirma Taylor Swift, despedindo-se dos fãs portugueses. Na primeira noite, na sexta-feira, deixou uma promessa: “Um dos meus arrependimentos é nunca ter vindo a Lisboa. Não vamos voltar a cometer esse erro no futuro.”
A “The Eras Tour” segue agora para Madrid, Espanha, onde a cantora atua a 29 e 30 de maio. A digressão mundial, que começou a 17 de março de 2023, no Arizona, nos Estados Unidos, só termina a 8 de dezembro, em Vancouver, no Canadá.