Esta noite, em Murça, os familiares de Aníbal Milhais vão assistir ao filme "O soldado Milhões".
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É um filme que chega esta quinta-feira a mais de 20 salas de cinema de todo o país e que narra a história do herói português na Batalha de La Lys.
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Durante a Primeira Guerra Mundial, Portugal enviou 75 mil homens para a Flandres. O soldado Milhais era um deles, veio a revelar-se um herói e recebeu a mais alta honraria nacional, a Ordem Militar da Torre e Espada.
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No ano em que se comemoram os 100 anos da Batalha de La Lys, os realizadores Jorge Paixão da Costa e Gonçalo Galvão Teles levam a sua história ao grande ecrã. Uma produção que recria o ambiente de guerra e o percurso do soldado Milhais, que valia Milhões.
"Queríamos um filme de guerra, uma narrativa clássica, com alternâncias cronológicas, um filme para o grande público", explica Gonçalo Galvão Teles. "Houve um investimento nos efeitos especiais que deu uma dimensão a que não estamos habituados no cinema português", faz notar.
O realizador explica que "houve uma tentativa de envolver uma equipa de efeitos visuais desde a pré-produção como parte da equipa criativa", ou seja, não se tratou de recorrer a "alguém que surge na pós-produção para resolver problemas".
Grande parte do filme foi rodado numa trincheira instalada para o efeito no campo de tiro de Alcochete e o que se pode ver é "um misto de explosões reais e digitais". "As explosões mais próximas das trincheiras são reais, os efeitos reforçam-nos", especifica o realizador.
Para este filme, os atores fizeram uma "recruta com treino militar, aprenderam a manejar as armas, a rastejar, a disparar". Gonçalo Galvão Teles acredita que o filme consegue passar as emoções do sofrimentos dos soldados atrás das trincheiras. "O que seria dormir ao relento com as botas abertas, a roupa molhada, as fardas sem qualidade, de lã fraca, a desfazerem-se como papelão...".
Há também uma réplica da metralhadora Lewis, que no campo de batalha era chamada de Luisinha.
"Nunca ficou claro para mim se o soldado Milhões acreditava naquela guerra ou não. Ele não era um homem que queria ser mas um homem que tinha que ser", frisa Gonçalo Galvão Teles. Um homem "de um rigor e uma dignidade absolutamente inquestionáveis".
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Soldado Milhões, da Ukbar Filmes, estreia quinta-feira.