Dois anos depois da edição de "Essência", que reunia temas que fizeram a história do grupo ao longo de 25 anos, os Madredeus estão de volta aos discos com "Capricho Sentimental" que é editado esta sexta feira.
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São catorze novas canções, escritas propositadamente para a a voz de Beatriz Nunes (a nova voz dos Madredeus), as que fazem o novo disco do grupo que continua a contar com a guitarra clássica de Pedro Ayres Magalhães, os sintetizadores de Carlos Maria Trindade e, agora, a harpa de Ana Isabel Dias (que já tinha participado na fase "Madredeus e a Banda Cósmica") e o violoncelo de Luis Clode
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Após a gravação e a digressão de "Essência", onde contaram com a voz de Beatriz Nunes e onde a empatia aconteceu de ambos os lados, Pedro Ayres Magalhães e Carlos Maria Trindade decidiram apostar na nova cantora e dar-lhe canções inéditas já que, até aí, tinha cantado apenas os temas que eram marcados pela voz carismática de Teresa Salgueiro. Foi uma aposta ganha. A juntar à voz de filigrana (uma imagem de marca dos Madredeus) Beatriz Nunes tem também a seu favor o facto de ser licenciada em Canto Clássico pelo Conservatório de Lisboa e em Canto de Jazz pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Com esta nova formação, os Madredeus continuam a assumir-se como uma "orquestra de bolso" (agora ainda mais portátil) que se inspira na voz e na língua portuguesa, com poemas que cantam sentimentos, sejam universais ou bem portugueses. E é exactamente por aí que passa parte do título deste novo disco: "Capricho Sentimental". Se quanto ao lado "Sentimental" estamos esclarecidos, no que concerne ao "Capricho", ele passa pela aversão que Pedro Ayres e Carlos Maria continuam a ter a cedências à indústria ou à música mais fácil e imediata.
Ou será que, nos tempos que correm, ter (ou respeitar) "sentimentos" também pode ser considerado um "capricho"?