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José Preto afirmou, na última noite, que houve "abusos extraordinários" durante a detenção do ex-presidente leonino, Bruno de Carvalho, em declarações registadas pela RTP.
"A lei hoje permite detenções à noite, o que não era sequer possível no Salazarismo, e permite estes abusos extraordinários de pretensas diligências que são, objetivamente, atuações infamantes, aviltantes e vexatórias", declarou. O advogado criticou até o facto de a detenção ter sido feita no Dia de São Martinho. "Foi escolhida uma data que não é apenas um domingo à noite, é uma data em que as famílias costumam reunir-se".
José Preto, advogado de Bruno de Carvalho, considera deplorável o modo como a detenção ocorreu
Durante as buscas à casa do ex-presidente leonino, até o computador da filha de Bruno de Carvalho terá sido apreendido, o que José Preto considera um "abuso". "Apreenderam o computador da miúda, que precisa dele para os trabalhos da escola...", constatou o advogado. "A possibilidade de isto acontecer a qualquer cidadão português é aterradora."
No entanto, é o facto de a detenção ter acontecido, quando Bruno de Carvalho já se mostrara disponível para colaborar na investigação, que mais surpreendeu o advogado.
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O advogado alega que Bruno de Carvalho sempre se esteve disponível para colaborar com as autoridades
"É muito perturbante que estas coisas ocorram porque a detenção fora de flagrante faz-se para garantir a presença das pessoas em diligência", disse José Preto. "Há duas semanas, eu próprio compareci com o dr. Bruno de Carvalho no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal], dizendo «Aqui estou eu. Se precisarem de mim, estou à disposição»", recordou. "Não vejo onde estejam os indícios de não-comparência voluntária a qualquer diligência."