A TSF encontrou no concelho de Anadia uma equipa motivada e expectante em relação ao desafio que aí vem.
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Na "Aldeia do Rugby", treinador e direção acreditam que o Moita Rugby Clube da Bairrada tem condições físicas e técnicas para ficar nas primeiras seis equipas do campeonato.
28 anos depois, o Moita Rugby Clube da Bairrada subiu à primeira divisão nacional, depois de ter derrotado o Vitória de Guimarães.
A manter-se como até agora nenhum dos jogadores recebe qualquer comparticipação financeira.
Sem dinheiro, mas com muito amor à camisola, a "aldeia do rugby" volta a ter a sua equipa na primeira divisão nacional, 28 anos depois. "É um feito realmente grande, sendo que somos um clube pequeno, com cerca de 200 atletas e estamos numa aldeia muito pequenina, onde a capacidade colher atletas é diferente de uma cidade", garante o presidente Rui Pedro Fernandes.
Ainda assim têm formação desde o escalão sub-8. E ainda bem, porque é a formação que permite depois ter jogadores seniores. A "prata da casa" que joga sem comparticipações financeiras. "Se vamos estar à espera de ter jogadores de fora não é possível porque não temos orçamento para pagar a jogadores", adianta.
E é essa "prata da casa" que no próximo ano vai entrar em campo frente a equipas como o Benfica, o Évora ou o Santarém. "Tem de ser e estamos a trabalhar forte para isso", assegura.
Para isso, treinam três vezes por semana, no campo da aldeia da Moita, de olhos postos na serra do Buçaco. "Foi uma sensação muito gratificante. Foi um trabalho de seis anos e o apanhar de uma camada de formação que se iniciou há seis anos", afirma Rui Rodrigues, treinador e jogador do Moita Rugby da Bairrada. Garante o jogador que foi o culminar de um processo de formação. Treina e joga o que à partida pode parecer uma desvantagem, no rugby é positivo.
"Dentro do campo é que decidimos o jogo, o treinador não tem capacidade de intervir nas decisões, é apenas no intervalo que o faz. Nós no campo é que decidimos tudo", garante o jogador do Moita.
O rugby, muitas vezes associado à força, é também resistência, velocidade e sobretudo técnica, e foi a qualidade técnica que fez subir à primeira divisão o Moita Clube de Rugby da Bairrada.
É preciso melhorar as condições do complexo
A subida era um sonho da temporada passada, que foi concretizado este ano. No campo dos sonhos, na aldeia do rugby, na Moita, concelho de Anadia, de onde já saíram vários jogadores para representar a seleção nacional, alguns deles inclusive com participações internacionais, espera-se agora que surjam melhorias no complexo desportivo.
Rui Pedro Fernandes adiantou ainda à TSF que, à exceção do campo que tem qualidade, existe um conjunto de pormenores para tornar o complexo desportivo digno de uma primeira divisão. "As nossas condições são boas em termos de terreno e preparação física, mas não temos bancadas, nem temos casas de banho para os adeptos. Esperamos tê-las um dia".
A razão, aponta o presidente, reside no facto de o rugby continuar a não ser "um desporto apetecível".