"A bola não mente". Bacalhau, tradição e desgosto, a vida de Espinha na Noruega
Pedro Espinha chegou à Noruega pela mão de um amigo. O seu Lyn Toppfotball esteve perto de subir ao 3º escalão, mas o desgosto ganhou. O treinador de guarda-redes de 32 anos conta como é viver por lá.
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Mal chegou à Noruega, percebeu logo que o 1.83m que tem é bem abaixo da média. Pedro Espinha, treinador de guarda-redes do Lyn Toppfotball, uma equipa da terceira divisão (quarto escalão), é o segundo convidado da nova rubrica da TSF que dá a conhecer treinadores de futebol pelos quatro cantos do mundo.
Por cá, o treinador de guarda-redes de 32 anos trabalhou no Odivelas e na formação do Benfica. Lá, chega a jogar ou treinar com temperaturas de 12 graus negativos, mas garante que isso não atrapalha.
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"O Lyn, à imagem de alguns clubes históricos de Portugal, teve alguns problemas financeiros. Os problemas começaram em 2006", explica Pedro Espinha. "O grande final dramático foi em 2009, quando acabaram por ser relegados para a quinta divisão da Noruega. É um clube histórico, tem muita tradição. Jogamos num estádio com 15 mil lugares. Obviamente não o enchemos, estamos no quarto escalão, mas temos um ambiente muito bom. É um clube que foi campeão norueguês, que ajudou a fundar a federação norueguesa."
Espinha, que julga não ter nada a ver com o famoso guarda-redes português Pedro Espinha, colabora ainda com a Associação Regional de Oslo, uma lógica de futebol local parecido com a portuguesa: "A federação divide-se em associações locais".
O primeiro choque cultural teve a ver com a altura de quem o rodeava. Assim que chegou àquele país, estava no aeroporto e deparou-se com um "tronco". Esse tronco era uma senhora com dois metros de altura. "Ao lado estava o marido... com 2.10m. Eu sou alto em Portugal, mas não sou alto aqui."
Pedro Espinha releva ainda o capítulo mais complicado que viveu: passou-se há duas semanas, quando a sua equipa precisava de vencer para subir para o terceiro escalão. "Empatámos, falhámos a promoção, com 2100 pessoas nas bancadas. Esse momento foi muito complicado. São momentos de aprendizagem. A bola não mente."
Esta nova rubrica da TSF, conduzida por Ricardo Oliveira Duarte, vai para o ar às segundas-feiras, entre as 18h45 e 19h.