"A forma de dizer futebol de outra maneira é Maradona." Freitas Lobo recorda "deus humano"
A TSF ouviu quem sabe de futebol sobre a carreira do astro argentino.
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A morte de Diego Armando Maradona é um dia que Luís Freitas Lobo esperava que nunca acontecesse. O comentador de desporto da TSF lembra que a lenda do futebol mundial "morreu e renasceu" muitas vezes na vida terrena, até chegar ao dia em que partiu de vez.
Freitas Lobo tem fotografias do Maradona espalhadas pela casa, "uma composição feita desde o tempo do Boca Juniores", e recorda a qualidade de jogo do argentino.
"É o típico jogo de rua. Recordo todos os momentos do Maradona. Até o golo com a mão à Inglaterra que nem o videoárbitro moderno conseguiria ver." O golo do astro argentino no mundial de 1986 ficou conhecido como "a mão de Deus".
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Freitas Lobo recorda a imagem de Maradona com dez anos, onde admitiu dois sonhos: ser campeão do mundo pela Argentina e comprar uma casa para a mãe.
O argentino já mostrava bastantes debilidades físicas. No início de novembro foi internado em estado anémico, desidratado e deprimido, tendo sido operado com sucesso a um hematoma subdural.
"Sabíamos que Maradona ia aparecendo, mesmo sem andar. Agora não está, estará sempre o seu coração eterno", lamenta Freitas Lobo.
O comentador da TSF assume ainda que "não é possível dizer adeus a um Deus do futebol. Foi maior nos feitos que conseguiu e nos erros que cometeu. É um Deus humano."
Freitas Lobo destaca as críticas de Maradona aos poderes políticos, "com personalidade, nunca se vendeu", garantindo "essência e futebol em estado puro".
"A forma de dizer futebol de outra maneira é Maradona", conclui.
"Não estava preparado para para a morte de Maradona"
João Nuno Coelho admite, igualmente que a morte de Maradona é uma notícia que o deixa arrepiado. "Não estava preparado para que acontecesse", diz.
"Como jogador de futebol, nos últimos 50 anos não houve qualquer jogador como Diego Armando Maradona", sublinha João Nuno Coelho.
O comentador da TSF recorda o título de campeão do mundo no Mundial de 1986 na Argentina, no mundial de seleções "em que um jogador foi mais decisivo". Maradona fez cinco golos e uma assistência, mas o futebol que praticou conduziu a Argentina à vitória final.
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João Nuno Coelho lembra ainda a passagem do argentino por Itália, ao serviço do Nápoles. "Nunca um clube do sul de Itália tinha sido campeão". O Nápoles "graças ao poder, emoção e talento" de Maradona conquistou os únicos dos títulos de campeão da sua história.
Maradona foi "muito mais do que um jogador de futebol, o maior e mais fascinante futebolista de sempre".
A carreira de futebolista, de 1976 a 2001, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e os dois títulos italianos e a Taça UEFA arrebatada ao serviço dos italianos do Nápoles.