Nos campeonatos do mundo, tem sido cada tiro cada melro. Com exceção do Brasil, em 2006, neste milénio, todas as seleções campeãs em título ficaram pela fase de grupos nos mundiais seguintes.
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A cada mundial que passa, mais fundamentada se torna a ideia de que há uma espécie de força invisível e malévola que atinge a qualidade futebolística das seleções que levantam o tão almejado troféu dourado, depois de serem aclamadas campeãs.
É limpinho, limpinho. Que o diga a Alemanha (campeã em 2014), a Espanha (campeã em 2010) ou a Itália (campeã em 2006). Todas elas tombaram nos Campeonatos do Mundo que se seguiram.
Mais, foram três vezes seguidas, uma infeliz coincidência que nunca tinha ocorrido de forma consecutiva.
Também se poderá dizer que cada cabeça sua sentença. Muda-se o continente e muda-se o mau presságio. Do lado de lá do Atlântico, reza a lenda que os Europeus não ganham em solo Americano e que nenhum técnico brasileiro conseguiu repetir o feito de ser campeão por duas vezes seguidas, entre outras superstições.
Nas entranhas de conspirações profundas, de maus agouros ou suposições metafísicas, não há lugar para meias medidas. Ou sim ou sopas e quanto pior, melhor.
No entanto, o país com o maior número de maldições conhecidas também foi aquele que conseguiu passar pelos pingos da chuva. O Brasil foi Campeão do Mundo em 2002 e em 2006 chegou aos quartos-de-final, ficando num honroso quinto lugar.
Maldições milenares
Se recuarmos ao milénio passado, a Itália, que tinha sido campeã em 1938, tombou na primeira fase da competição seguinte: o Campeonato do Mundo FIFA 1950 (os Campeonatos do Mundo de 1942 e 1946 foram cancelados por causa da guerra).
No entanto, a equipa sofreu uma perda de vulto devido ao acidente aéreo que vitimou a equipa inteira do Torino a 4 de maio de 1949, a base da Squadra Azurra, o que provocou um decréscimo de qualidade na seleção de 50.
Também o Brasil de 1966, depois de ser campeão em 1962 e 1958, tombou na primeira fase aos pés da Hungria e Portugal. Com um golo de Simões e um "bis" de Eusébio, Portugal venceu por 3-1, sendo que a equipa brasileira apenas ganhou o primeiro jogo frente à Bulgária. Terminou em último do grupo.
A equipa francesa de 2002, que contava com Zidane, Henry e Trezeguet, não foi além da fase de grupos, perdendo os jogos contra Senegal e Dinamarca, empatando com o Uruguai, depois de ter subido ao céu perante os seus adeptos, na "Coupe du Monde 1998".
Seja por falta de motivação ou mudanças substanciais nas equipas, seja por mero acaso, certo é o facto de que o mito da maldição do Campeão do Mundo, neste novo século, ganhou toda uma nova dimensão.
É caso para dizer que não se acredita em bruxas... mas que as há, há!