Estiveram duas semanas a treinar em Espanha, em Sevilha, e agora estão de regresso para intensificar treinos na barragem da Aguieira, no Gerês e no centro de Alto Rendimento de Montemor o Velho.
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Emanuel Silva, Fernando Pimenta e João Ribeiro veem aproximar-se os Jogos Olímpicos "Rio 2016" e intensificam os treinos para voltarem a repetir a proeza dos resultados obtidos pela canoagem nacional nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.
Ontem à tarde, os três atletas estiveram no laboratório integrado da Faculdade de Desporto da Universidade de Coimbra (FCDEF) a avaliar e monitorizar os treinos e, de "pés bem assentes no chão", querem tentar o ouro para Portugal.
Os três atletas portugueses remaram para estar lá e agora vão intensificar as "pagaiadas" para atingirem o melhor resultado possível. "A canoagem já habituou os portugueses a grandes resultados, por isso é normal que pensemos nelas (nas medalhas). Primeiro temos de estar na final e depois pensamos nisso", reflete João Ribeiro.
O clima brasileiro pode pregar partidas, mas Fernando Pimenta garante que a questão está pensada e até já foi trabalhada, porque o que pode à partida parecer uma desvantagem face aos outros países ao redor do Brasil e que "estão habituados a esse clima", desagua num empenho ainda maior, no pensar que será inverno no Brasil "e por isso bem menos rigoroso que o nosso" e acreditar no trabalho que já foi feito: "no ano passo fizemos o teste olímpico e demo-nos bem. A prova será 15 dias mais cedo por comparação com a altura em que fizemos o teste olímpico e creio que isso não será um problema para nós".
Do grupo de qualificados, Fernando Pimenta, que em Londres 2012 trouxe a medalha de prata para Portugal, não consegue escolher um adversário principal porque os atletas que vão estar no Rio 2016 "já são uma seleção muito apertada. Só mesmo os melhores dos melhores conseguem ir lá. Houve medalhados do mundo e da Europa que ficaram de fora. A qualidade está muito alta e por isso facilmente se fica fora do pódio ou das finais", adianta.
Emanuel Silva também veio para Portugal em 2012 com a prata na mão e explica à TSF como se consegue ser, na canoagem, um atleta de alta competição: "exige muito trabalho da nossa parte, da família e dos técnicos à nossa volta. Tem de haver uma estrutura muito boa para nos a dar suporte a nível pessoal, psicológico e financeiro. Mas, se essas ajudas estão todas reunidas não há desculpa para não chegarmos lá na máxima forma", assume o atleta.
E qual o melhor cenário que pode acontecer nos Jogos Olímpicos deste ano? "Melhorar o resultado de 2012, ou pelo menos igualar. Mas, temos de pensar em todas as possibilidade e todos os resultados, embora tenhamos de ser otimistas e encarar tudo com otimismo", responde Emanuel Silva.
A canoagem tem tido maior visibilidade em Portugal e os atletas estão conscientes disso e do contributo que têm dado para que isso aconteça. João Ribeiro conta que esse trabalho faz-se nos treinos.
Emanuel Silva, Fernando Pimenta e João Ribeiro vão para o Rio 2016 competir em K1, K2 e K4.
Laboratório experiente com atletas olímpicos
Durante a tarde de quinta-feira, 28 de janeiro, os três atletas olímpicos nacionais estiveram em Coimbra, no Laboratório Integrado da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física para mais uma avaliação e controlo de treino. São vários os atletas olímpicos portugueses que por lá vão passar. Jessica Augusto é um exemplo.
O responsável por este controlo, Amândio Santos, explica que a ideia é determinar as intensidades corretas de cada atleta, de forma a melhorar a sua performance. "Do ponto de vista metabólico ou da composição corporal, em que avaliamos massa gorda ou massa magra. Nos atletas de alta competição a massa gorda faz peso e não se reverte em potência e acaba por ser contraproducente", explica.
Os testes são elaborados em intensidades crescentes, por forma a obrigar o corpo a superar os resultados que já foram atingidos. "Damos depois indicações aos treinadores para poderem aferir as cargas de treinos e podermos dar mais um passo. Isto é um processo contínuo e é uma escada. Provocamos uma agressão ao organismo e quando ele se adapta provocamos nova agressão. E com estas agressões conseguimos aumentar a potência, melhorar a composição corporal, aumentar a velocidade, entre outros", diz.
Já em Londres de 2012 os atletas olímpicos de canoagem foram preparados no laboratório Integrado da Faculdade de Desporto de Coimbra.
Em relação ao Brasil, a variável temperatura e humidade poderá ser a mais difícil de controlar e vencer, por isso a Universidade de Coimbra terá um espaço onde o clima será simulado e onde os atletas poderão treinar, de maneira a adaptarem-se melhor à realidade das provas.