Abriu o livro e disse um poema
O jogo da final vai ser o último encontro que Messi vai jogar com a camisola da Argentina, num Campeonato do Mundo. Como um menino de sorriso na cara, o "10" apenas quis destacar a importância desta geração albiceleste estar numa final do Mundial.
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Merece ele, e merecemos nós que gostamos de futebol. Aquele futebol de rua, de menino que procura enfeitiçar os adversários com todas as panóplias de truques, fintas e toques na bola sempre em velocidade.
Sempre com a bola colada nos pés, mas sempre com um olhar de procura, de descoberta e de encontro com o companheiro que consiga ter um caminho mais fácil para abanar a rede da baliza adversária. Leonel Messi merece esta final.
O capitão da Argentina, já esteve no jogo do título em 2014. Nesse encontro, quem não se lembra do olhar de Messi para a Taça do Mundo depois da final terminar com um triunfo germânico. O M10 tem agora uma nova oportunidade para levantar os mais de seis quilos de um troféu de ouro.
A tarefa nunca é fácil. Não vai ser para a Argentina, e não vai ser para a França. E se estão na final é porque têm os melhores jogadores, os melhores plantéis, os melhores selecionadores e as melhores estruturas. Se estão na final é porque foram os mais competentes. A competência ajuda a valorizar o que já é bom.
A França provou frente a Marrocos que não queria deixar escapar uma nova presença na final. As estrelas disseram presente, jogaram em equipa, aplicaram no relvado o modelo de jogo que trouxeram para este Mundial. A França foi um grupo de jogadores.
A herança do século das Luzes, o lema "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" - invocado pela primeira vez durante a Revolução Francesa - faz parte do património nacional francês. E se me permitem, posso aplicar essas três palavras à seleção gaulesa; os jogadores têm a Liberdade em campo para jogar ao ataque, a Igualdade de importância no plantel e de quem está no onze titular e com a Fraternidade a mostrar a união e o afeto entre os colegas de equipa.
Um conceito filosófico na formação de um tripé sólido. E que suporta o peso de defender um título conquistado no Mundial de 2018. Mas também a responsabilidade de ter a bandeira de um país que valoriza o desporto.
No domingo estes dois "conceitos" vão estar frente a frente. A importância de vermos a magia de Messi e o tripé sólido dos gauleses. A final ainda não foi jogada, mas eu acredito que o troféu vai sempre ficar bem entregue.
É importante que fique bem entregue. A história assim exige. Até porque: «Algumas pessoas acreditam que futebol é questão de vida ou morte. Fico muito dececionado com essa atitude. Eu posso assegurar que futebol é muito, muito mais importante», disse o eterno Bill Shankly.
