Amorim e Gyökeres distinguidos como os melhores da Liga. Fernando Santos e Fernando Gomes homenageados
Os leões foram os mais premiados, depois de terem sido campeões nacionais na época passada
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Viktor Gyökeres foi esta segunda-feira eleito melhor jogador da I Liga de futebol em 2023/24, após ter contribuído com 29 golos e nove assistências em 32 encontros para o 20.º título de campeão nacional do Sporting, enquanto Rúben Amorim foi distinguido como o melhor treinador.
"Obrigado pelo apoio da equipa, do 'staff', dos adeptos e também dos adversários, que puxam pelo melhor de mim. Foi um grande ano e espero que este ainda seja melhor. Segredo? Foi tentar ouvir o mais possível o treinador [Rúben Amorim]", reagiu o avançado sueco, de 26 anos, ao discursar na gala Liga Portugal Awards, na Alfândega do Porto.
Viktor Gyökeres foi o mais votado pelos treinadores e capitães dos 18 clubes primodivisionários, sucedendo ao médio internacional português Otávio, que tinha sido distinguido em 2022/23, antes de trocar o FC Porto pelo vice-campeão saudita Al Nassr, orientado pelo luso Luís Castro e com Cristiano Ronaldo no plantel.
Além do galardão de jogador mais valioso e da presença no 'onze' ideal, o internacional sueco foi o melhor marcador da I Liga em plena época de estreia no futebol português, ao qual chegou no verão passado, oriundo do Coventry, do segundo escalão inglês, por 20 milhões de euros (ME) fixos, mais quatro ME em objetivos.
Sucessor nessa distinção do iraniano Mehdi Taremi, ex-avançado do FC Porto, o reforço mais caro da história do Sporting foi o 15.º atleta 'leonino' a dominar a tabela de 'artilheiros' numa edição da prova, após Fernando Peyroteo (seis prémios), Soeiro, Héctor Yazalde e Liedson (todos com dois) ou Vasques, João Martins, Ernesto Figueiredo, Rui Jordão, Manuel Fernandes, Paulinho Cascavel, Jorge Cadete, Mário Jardel, Bas Dost e Pedro Gonçalves (um cada), figura em 2020/21, no primeiro cetro em 19 anos.
Viktor Gyökeres teve impacto em quase 40% da produção ofensiva dos campeões nacionais nas diversas competições em 2023/24, ao juntar 43 tentos e 14 assistências em 50 encontros, tendência mantida no arranque de 2024/25, fruto de seis remates certeiros e três passes para golo nas primeiras quatro partidas oficiais.
Quanto a Rúben Amorim, repetiu o feito de 2020/2021.
"Achamos um bocadinho redutor [estes galardões individuais] quando olhamos para o rendimento de uma equipa, que é aquilo que estamos aqui a celebrar. Geralmente, ganha o [a distinção de] melhor treinador aquele que vence o campeonato, mas este prémio não é só nosso", reagiu o técnico, de 39 anos, citando vários elementos da estrutura 'leonina' no seu discurso durante a gala Liga Portugal Awards, na Alfândega do Porto.
Rúben Amorim foi o mais votado pelos treinadores e capitães dos 18 clubes primodivisionários, numa temporada em que se tornou o mais jovem técnico português a vencer a prova por duas vezes, suplantando o já falecido ex-selecionador nacional Artur Jorge, que, com 40 anos, tinha 'bisado' pelo FC Porto (1984/85 e 1985/86).
"Há uma pessoa muito importante na nossa academia, que é o [diretor desportivo] Hugo Viana. Todos os treinadores deviam ter a sorte que eu tive por trabalhar com ele, não só pela sua competência, mas pela lealdade. Quem hoje tiver a sorte de orientar o Sporting, irá parecer muito melhor treinador do que realmente é", observou, lamentando a morte do sueco Sven-Göran Eriksson, antigo técnico do Benfica, falecido hoje, aos 76 anos.
Fernando Gomes e Fernando Santos homenageados na gala da Liga
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, e o ex-selecionador nacional Fernando Santos, campeão europeu em 2016, foram homenageados na gala anual da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
"É justo dizer que não esquecemos o futebol profissional ao longo destes 12 anos. Se me permitem, penso que este galardão é uma forma de a própria LPFP agradecer à FPF e à sua direção por aquilo que temos vindo a fazer", expressou Fernando Gomes, reconhecido com o prémio Mérito Desportivo na Alfândega do Porto.
Líder da LPFP entre 2010 e 2011, o dirigente está a cumprir o terceiro e último mandato permitido por lei na presidência da FPF, à qual chegou em 17 de dezembro de 2011 para render Gilberto Madaíl, num percurso encimado pelas inéditas conquistas do Campeonato da Europa de futebol, em 2016, e da Liga das Nações, em 2019.
"Quando saí da LPFP em 14 de dezembro de 2011, deixámos 3,5 milhões de euros (ME) em caixa e uma Taça da Liga centralizada, que distribuiu mais de quatro ME pelos clubes. Não quisemos deixar de acompanhar o futebol profissional e a importância de ter clubes sustentáveis. Ajudámos no Totonegócio, no período crítico 2014-2015, quando a Liga de clubes estava em situação deficitária, e na introdução do videoárbitro (VAR), subsidiando e investindo mais de 20 ME", recordou.
Agradecendo a atletas, treinadores, dirigentes, clubes e associações distritais, Fernando Gomes, de 72 anos, partilhou a distinção com os membros da direção da FPF presentes no evento, que encerrou com a entrega do galardão Presidente por parte de Pedro Proença, líder da LPFP, ao ex-selecionador nacional Fernando Santos.
"Ninguém ganha sozinho, é impossível. Eu não ganhei nada, quem ganhou fomos nós. As vitórias que me levam a estar aqui hoje são de Portugal e dos portugueses", apontou o atual selecionador do Azerbaijão, de 69 anos, que conduziu a seleção nacional aos únicos troféus internacionais no patamar sénior, entre 2014 e 2022.