Ana Cabecinha diz que oitavo lugar e recorde nacional foram como «medalha»
Ana Cabecinha ficou muito satisfeita com o oitavo lugar e o recorde nacional obtido nos 20km marcha dos Jogos Olímpicos, considerando que lhe soube a uma «medalha». Vera Santos, 10ª nesta prova, admitiu que arriscou para obter o bom resultado que alcançou. Susana Feitor mostrou-se desapontada pela sua desistência.
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A marchadora Ana Cabecinha considerou que a oitava posição que alcançou na prova olímpica dos 20km marcha junto com a melhor marca nacional da distância têm sabor a «medalha».
«Isto tudo é maravilhoso. Ter batido o recorde nacional e conquistado o oitavo lugar logo na estreia nos Jogos Olímpicos é como uma medalha para mim. Nunca pensei. É muito bom», acrescentou.
Cabecinha, que bateu o recorde nacional que estava na posse de Susana Feitor desde Abril de 2001, considerou ainda que a sua escolha para a equipa nacional em detrimento de Inês Henriques acabou por ser uma «aposta ganha».
A portuguesa ainda acreditou que poderia chegar ao sexto lugar, mas a marchadora lusa admitiu não tido «pernas» para chegar ao sexto ou ao sétimo lugar, que lhe escaparam por dois e um segundo, respectivamente.
A atleta algarvia admitiu ainda não ter partido muito confiante para a prova, devido à forte chuva que caiu, tendo ainda reconhecido que ainda não tinha reflectido sobre a marca que obteve.
«Foi um excelente resultado. Quando passei aos 10 km vi logo que ia ser uma prova bastante rápida. Se fosse a primeira a descolar nunca iria para um bom resultado, mas nunca pensei na medalha. Era muito difícil», concluiu.
Por seu lado, Vera Santos, décima na prova desta quinta-feira, considerou que a marcha feminina está em «grande forma» e «é uma das melhores a nível mundial», até porque Portugal foi segundo na Taça do Mundo atrás da Rússia.
«Sabia que estava na minha melhor forma de sempre, mas tive medo de não seguir o ritmo delas», acrescentou a marchadora, que ficou satisfeita por ter batido a sua melhor marca pessoal e que tive como objectivo ficar entre as 16 primeiras.
Vera Santos admitiu ainda que, para o seu bom resultado, contribuiu o facto de ter arriscado numa prova que foi rápida, mas que não foi fácil devido à chuva que caiu. «Detesto competir à chuva. Não somos nadadores, mas marchadoras», explicou.
Por seu lado, Susana Feitor ficou «triste e desiludida» pelo facto de ter desistido nesta prova a quatro voltas do final, numa corrida em que apontava para uma classificação entre os oito primeiros lugares.
A portuguesa confessou que a prova começou de forma muito rápida, algo que não lhe agrada nada, e que a chuva também não ajuda, uma vez que o marchar baixinho obriga a um constante pontapear de água.
Susana Feitor explicou que quando abandonou a prova estava com as pernas a tremer e que um dos seus problemas foi ter tentado acompanhar o ritmo muito forte de princípio.
«O meu treinador deve estar em casa a sofrer e sinto vontade de lhe pedir desculpa pela tristeza que estou a causar a quem está comigo. O meu coração está magoado porque não foi como gostava que tivesse sido», concluiu.