A Federação Internacional de Atletismo decidiu alargar a prova de 50 quilómetros Marcha às mulheres, mas a atleta consideram que esta distância não é para si.
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Ana Cabecinha, que no ano passado foi 4ª classificada nos campeonatos do Mundo de Pequim na prova dos 20 quilómetros Marcha, vai continuar a competir na mesma distância. "Os 50 quilómetros são um esforço muito puxado", diz a atleta.
A atleta Clube Oriental de Pechão considera que esta distância não é para si. "Se houvesse uma prova de 30, 35, até 40 quilómetros, ainda podia experimentar, mas mais do que isso é muito agressivo". Cabecinha alerta ainda que o desgaste não é apenas físico mas também psicológico.
O treinador, Paulo Murta, afina pelo mesmo diapasão e considera que uma prova de 50 quilómetros Marcha para mulheres não devia existir. "A preparação necessária já não seria de 20 quilómetros diários mas sim de 30, 40 quilómetros, e acho isso muito difícil".
Ana Cabecinha encontra-se nesta altura a estagiar em Puerto Nave Serrada, na Serra de Madrid, a preparar-se para Taça Mundial de Nações de Marcha que se realizará em Roma nos dias 7 e 8 de maio. Em Itália, Ana gostava de ver Portugal subir aos primeiros lugares." As atletas portuguesas este ano estão a fazer boas marcas por isso podemos lutar por um lugar no pódio".
A etapa seguinte são os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, para os quais a atleta já está apurada. O treinador Paulo Murta salienta que há muito que trabalham para meta. "São quatro anos a treinar, numa preparação média diária de 20 quilómetros, entre corrida e marcha". Ana Cabecinha chega a fazer 140 quilómetros semanais.
No entanto, o treinador critica a hora a que foi colocada a prova de Marcha nos Jogos Olímpicos, às 14h30.
Ana Cabecinha por enquanto só pensa na Taça das Nações. Sobre os Jogos Olímpicos, não quer criar expectativas. "Quando ficamos demasiado ansiosos não corre bem", explica.