"Apesar da incompetência, demissão de Varandas não resolve problema do Sporting"
Dias Ferreira garante que com a demissão do presidente leonino não chega para resolver os problemas em Alvalade. A mesa da Assembleia Geral deve pronunciar-se em breve sobre o pedido de uma reunião destitutiva.
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De adiamento em adiamento. Rogério Alves vai anunciar para a semana a decisão sobre pedido de Assembleia Geral (AG) destitutiva da direção do Sporting. A Mesa da Assembleia Geral do Sporting esteve reunida esta terça-feira para preparar a resposta ao movimento "Dar Futuro ao Sporting", mas da reunião do órgão presidido por Rogério Alves não saiu fumo branco.
Pedro Delgado, um dos representantes do movimento, convidado esta manhã do Fórum TSF, revela que a mesa da AG ainda não prestou qualquer informação sobre novo adiamento. O movimento diz esperar uma resposta até ao final desta quarta-feira.
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Os responsáveis pela recolha das assinaturas esperam ainda até sexta-feira por informações sobre custos da assembleia anterior, mas Pedro Delgado não tem dúvidas: "O processo é irreversível e a assembleia vai mesmo acontecer."
Até porque, garante o responsável pelo movimento, "a Mesa da Assembleia é composta por gente com bom senso", lembrando também que todos são "juristas e sabem que à mesa da assembleia geral compete apenas analisar os requisitos de forma."
"A decisão sobre a justa causa é uma competência dos sócios em Assembleia Geral", garante Pedro Delgado.
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Ainda assim, o movimento diz que "basta analisar o trabalho dos órgãos sociais para perceber que violaram os estatutos. O trabalho que está a ser feito distancia-se do que foi prometido aos sócios", assegura Pedro Delgado.
Dias Ferreira não vê demissão como solução
Dias Ferreira, antigo dirigente leonino e ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, não poupa nas críticas à direção do clube.
O jurista lembra que o lema da candidatura de Frederico Varandas era "Unir o Sporting" para dar conta de que "o único gesto de união que partiu desta direção foi convidar todos os candidatos para o primeiro jogo após as eleições. Nunca mais fizeram absolutamente nada. É ridículo. O Sporting está mais dividido do que nunca e isso é responsabilidade de quem está a gerir o clube. Esta direção não tem capacidade para gerir nem para unir".
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O jurista defende que a AG deve mesmo avançar. "Penso que as condições para haver Assembleia Geral estão quase todas reunidas. Falta apenas a questão financeira. É preciso que os sócios requerentes tem que depositar o dinheiro para pagar os custos da AG. Quanto à justa causa, na minha opinião é uma decisão que cabe aos sócios e não à Mesa da AG", garante.
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No entanto, Dias Ferreira não acredita que a queda da direção signifique o fim dos problemas no clube de Alvalade. "Com a demissão de Varandas o Sporting não resolve problema nenhum, apesar da incompetência demonstrada, sobretudo, no que respeita ao futebol", atira o ex-dirigente, acrescentado que "o Sporting é um clube, neste momento, sem rumo. As pessoas não sabem o que querem e navegam à vista". "O clube tem que mudar de vida. Tem que alterar o modelo da SAD [organismo que gere o futebol dos leões]", conclui Dias Ferreira.
Carlos Vieira pode ser candidato
Carlos Vieira, por seu lado, não exclui ser candidato. O ex-vice presidente leonino está suspenso da sua condição de sócio dos leões, mas admite encabeçar uma candidatura em futuras eleições.
O antigo dirigente lembra que a direção tem legitimidade para cumprir o mandato, mas pede que Frederico Varandas venha a terreiro responder aos sócios.
"Os mandatos são para se honrar. Incomoda-me que haja um movimento para a destituição, mas também me incomoda que a direção se esconda e não faça nenhum tipo de contacto o que leva a que exista um vazio ocupado pelos pedidos de destituição", afirma o antigo vice-presidente da direção de Bruno de Carvalho.
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Madeira Rodrigues indisponível para nova candidatura
O antigo candidato à presidência do Sporting, Pedro Madeira Rodrigues admite que é possível convocar esta assembleia geral, mas entende que não há justa causa para pedir a saída de Frederico Varandas.
"Pelos estatutos do Sporting parece-me que há razão para a assembleia geral ser convocada. São os sócios que decidem sobre a justa causa, e na minha opinião não há motivos para a justa causa. Há má gestão, daí a dar um salto para a destituição é um passo demasiado grande."
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Madeira Rodrigues, que garante não estar disponível para apresentar uma nova candidatura, considera que o atual presidente do Sporting deve apresentar a demissão e convocar eleições, mas alerta para o perigo de uma saída por via de assembleia.
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"Não sou a favor da assembleia geral destrutiva, porque com o ambiente que se vive no Sporting pode ser um momento terrível que agrava a fratura que se vive no clube. O presidente deve ter um gesto de sportinguismo e colocar o lugar à disposição."
O presidente da Mesa da Assembleia Geral dos leões, Rogério Alves, vai anunciar na próxima semana a decisão sobre pedido de Assembleia Geral destitutiva dos órgãos sociais do Sporting.