O árbitro que apitou no sábado o Paços de Ferreira-Benfica diz estar "de consciência absolutamente tranquila" relativamente às arbitragens que efetuou. A associação de árbitros pede às autoridades "ação" para que os juízes não vejam as suas "famílias incomodadas por gente que sabe-se lá donde vem".
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Em comunicado divulgado pelo seu advogado, na sequência da polémica em torno da sua atuação no jogo de sábado, o árbitro reconhece que "cometeu erros" na sua carreira, que "nunca o foram de forma intencional".
"No jogo Paços de Ferreira-Benfica, efetuou a arbitragem nos termos e nos modos que todos puderam verificar, sendo que as suas decisões, sempre tomadas no ínfimo momento que possui para decidir, foram de acordo com a análise que efetuou dos respetivos lances", pode ler-se.
Repudiando o "clima de crispação que se vive atualmente no futebol nacional", o comunicado salienta que Jorge Ferreira "não é nem nunca foi sócio fundador ou de outra qualidade da Casa do Benfica de Fafe" e que o árbitro "não é nem e nem pode ser adepto de nenhum clube".
"É momento de "calarem" aqueles que usam os órgãos de comunicação social para nos "brindarem" com os vergonhosos espetáculos de insultos, de falsidades e de poucas vergonhas (...) É também momento para que os clubes de uma forma séria digam de uma vez por todas se concordam com o comportamento dos elementos que compõem as suas claques, que recorrentemente ameaçam e tentam coagir árbitros de futebol", refere a nota de imprensa.
No comunicado, os representantes legais de Jorge Ferreira indicam que o árbitro está a ponderar "recorrer à via judicial" para "defender a sua integridade física, a sua honra, a sua dignidade e a sua carreira profissional".
Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol repudia ameaças
Também foi por comunicado que a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) reagiu à notícia de que membros da claque Super Dragões estiveram no restaurante do pai do árbitro Jorge Ferreira.
No texto da APAF lê-se que "face aos acontecimentos de ontem, 2a feira, em Fafe, com um familiar do Árbitro Jorge Ferreira, concretamente com o seu pai, o qual foi confrontado através de ameaças e injúrias, no seu local de trabalho, por elementos devidamente identificados e ligados a uma conhecida claque, vimos repudiar energicamente esta situação e apelar às Autoridades policiais e judiciais, assim como à hierarquia do Futebol, para que sejam tomadas as devidas ações".
A associação pede essa intervenção "para que os Árbitros continuem a desenvolver a sua atividade desportiva num total clima de segurança e independência, mas sobretudo, que não vejam as suas famílias incomodadas por gente que sabe-se lá donde vem, mas que sabe-se o que procuram - amedrontar, coagir e quiçá violentar fisicamente pessoas que vivem honestamente dos seus trabalhos".