Vai ter capacidade de fabricar mil ondas por hora, de diferentes formatos e dar resposta a profissionais e principiantes deste tipo de desporto, inserida no empreendimento do Surf Park de Óbidos que custará 25 milhões e está previsto abrir em 2026.
Corpo do artigo
O projeto foi pensado para principiantes e profissionais terem um local para a prática de surf, porque os dias de mar flat, são uma realidade, mesmo num país que tem na zona costeira, alguns dos melhores spots do mundo, como a famosa “catedral das ondas gigantes”, a praia norte da Nazaré, adianta a promotora, a Surfers Cove.
O investimento é na ordem dos 25 milhões e pretende misturar inovação, turismo e desporto, prevendo a construção de um aldeamento turístico com apartamentos, de tipologia T0 e T1, para receber visitantes de qualquer parte do mundo e em diferentes níveis de aprendizagem, desde o iniciante, ao intermédio, profissional e mesmo, olímpico, que pode procurar monitores profissionais na academia que será criada no espaço.
A obra está a arrancar no terreno, com mais de 5 mil hectares, para estar pronta em 2026, prazo em que os promotores, a Surfers Cove estimam ter operacional a primeira fase do projeto com 55 alojamentos e capacidade para acolher visitantes de qualquer parte do mundo.
A TSF falou com os dois fundadores do projeto. Satisfeitos pelo passo dado, uma vez que se fala muito de piscinas de ondas, quer em Portugal, quer a nível internacional, mas na realidade, “é muito difícil dar este passo, o arranque da obra para a abertura já no próximo ano.”
Manuel Vasconcelos, um dos criadores do projeto garante que o arranque da obra significa que torna este projeto real. Trata-se efetivamente de um aldeamento turístico de quatro estrelas que tem como âncora uma piscina de ondas, que quando for inaugurada em 2026, ainda vai haver menos de 15 em todo o mundo.
Para este promotor, o projeto é verdadeiramente inovador, por incorporar tecnologia da Wave Garden em Portugal para erguer um Surf Park, com diversas atividades ligadas à modalidade e que vai arrancar com 16 dos 56 apartamentos T0,T1 e T2 já licenciados e previstos incluir como alojamento dentro do empreendimento, que contará ainda com um edifício principal, de apoio a todas as atividades, desde ginásio, a academia, comércio e restauração.
O projeto com um orçamento de 25 milhões de euros, teve apoio do Compete, mas também é apoiado por investidores privados, como, a Despo Mar, que vai abrir uma loja da 58 Surf dentro do espaço e adianta, orgulhoso dos 40 anos de experiência na área da banca, que das melhores notas que tiveram, aquando da candidatura aos fundos comunitários “foi efetivamente esta parte da equipa, da experiência.”
Marcelo Martins, treinador e antigo surfista de competição é outro dos fundadores do projeto e adianta que esta será a única piscina em Portugal que permite gerar mil ondas por hora e ter 40 surfistas na água, ao mesmo tempo, a fazer surf. O espaço será para todos, desde iniciantes até à elite profissional, “porque vai ser um verdadeiro Surf Park, com ondas de todas as formas para responder aos diversos níveis, desde iniciados, a intermédios, avançados, ou de alto rendimento e o sonho de qualquer surfista é correr atrás de ondas perfeitas, mas nem sempre o mar oferece todos os dias condições idílicas e aqui podem encontrá-las”.
Este veterano da modalidade vai liderar a Surf Academy integrada dentro do parque, que é apresentada como escola de surf onde qualquer um pode procurar uma sessão isolada, ou várias sessão de free style, ou pura e simplesmente marcar uma aula, seja qual for o nível de aprendizagem, porque haverá treinadores especializados para acompanhar até os níveis mais avançadose com um plano de formação ajustado a qualquer um.
A construção já arrancou no terreno, mas a cerimónia oficial de início de obra está prevista acontecer só em setembro, ou no início de outubro. Para já, os criadores sublinham que ter uma piscina de ondas pensada e criada para os praticantes de surf é importante, por ser uma estrutura de referência, num país com muita prática e cultura de surf e aguardada há vários anos por toda a comunidade surfista, mesmo a nível internacional e Marcelo acredita mesmo que vai marcar a futura geração do surf e adianta que têm inclusivamente uma parceria com a Federação Portuguesa de Surf e com o Comité Olímpico, para poder disponibilizar a estrutura para os treinos de alto rendimento da seleção e dos atletas que são federados e que fazem competições nacionais e internacionais.
Manuel acrescenta que numa das muitas andanças que fez a outros surf parques no mundo, esteve a trabalhar 2 dias no La Eba, na Suíça e durante esse tempo, o parque esteve fechado ao público, porque tinha sido alugado a full time, para a equipa olímpica e paraolímpica francesa treinar. Por isso, considera que em Portugal não será diferente, uma vez que em Óbidos passará a haver todos os dias ondas matematicamente perfeitas, mesmo que não existam ondas no mar. É um luxo! Remata, “ poder surfar às 6 da manhã e mesmo quando o sol se põe e a noite chega, pois nós continuaremos a produzir ondas, porque poderemos ir até à meia-noite a oferecer sessões aos nossos clientes, com luz e com tudo a funcionar normalmente.”
