
Rui Lavaredas/TSF
São elas que dão beleza à Volta. Acabam o dia no pódio, a distribuir beijinhos, mas o trabalho começa cedo.
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As meninas do ciclismo são conhecidas pelos beijinhos no pódio, mas esse momento é apenas o culminar de um trabalho que começa cedo. Ana Teresa, uma das mais experientes entre as meninas da Volta, explica que tudo começa nas partidas, onde as 12 meninas da Volta recebem os convidados, estão com os representantes das marcas, tiram fotografias e cortam fitas.
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Já Ana Barros é a prova de que equipa que ganha não se mexe. É o terceiro ano que representa a mesma marca, de salsichas, e diz, em tom de brincadeira, que é preciso ter sempre uma perna extra "para dar uma fatia aqui e acolá".
Mas o grande segredo para a técnica dos beijinhos no pódio está no braço, explica Lili. "É preciso passar o braço por trás do ciclista, agarrar o braço da nossa colega e apertá-lo por uns segundos antes do beijinho, para ficar sincronizado".
Lili é parceira de Ana Teresa. Ambas entregam a camisola azul e são contra o fim dos beijinhos em Espanha, uma tradição que vai acabar na Vuelta, após uma discussão sobre a igualdade de género. Mas nem por isso deixam de ver uma oportunidade nessa decisão. "Não tem nada a ver com sexismo, é uma parvoíce acabar com isso. É um momento especial e o mais aguardado pelos ciclistas quando entregamos a camisola e damos o beijinho. Já faz parte da cultura, é uma coisa histórica e a tradição deve ser mantida. Passa a ser uma porta de entrada para as meninas portuguesas fazerem o pódio em Espanha".