A União Ciclista Internacional e a Agência Anti-Doping dos Estados Unidos consideram que Lance Armstrong contribuiu com a sua confissão para «reparar o dano que causou ao ciclismo». Já a Livestrong, a fundação criada pelo ciclista para ajudar pessoas que sofrem de cancro, mostrou-se «dececionada».
Corpo do artigo
O antigo ciclista norte-americano confessou durante uma entrevista a Oprah Winfrey, cuja primeira parte foi transmitida quinta-feira (madrugada de sexta-feira em Portugal), que usou doping desde o início da carreira e em cada uma das sete vitórias na Volta a França.
O presidente da União Ciclista Internacional (UCI) diz que a confissão do ex-ciclista norte-americano Lance Armstrong foi «um passo importante no longo caminho para reparar o dano que causou ao ciclismo».
Em comunicado, Pat McQuaid afirma que o antigo ciclista «confirmou que não houve conluio nem conspiração entre a UCI e Lance Armstrong».
«Não havia controlos positivos camuflados e ele confirmou que os donativos feitos à UCI foram para ajudar na luta contra o doping», diz o presidente da UCI.
Também a Agência Anti-Doping dos Estados Unidos (USADA) considera que Armstrong deu «um pequeno passo na direção certa» ao admitir que se dopou ao longo da carreira.
De acordo com o presidente da agência Travis Tygart, Armstrong, que venceu na estrada sete edições da Volta a França (1999 e 2005) e viu o seu nome apagado do palmarés da prova pela UCI tem agora que prestar as mesmas declarações sob juramento para mostrar a sua sinceridade.
O ciclista perdeu os títulos depois de um inquérito levado a cabo pela USADA, que também esteve na origem da irradiação do norte-americano da modalidade.
Por seu lado, a Livestrong, a fundação criada pelo ciclista para ajudar pessoas que sofrem de cancro, mostrou-se «dececionada» com as mentiras do ex-ciclista.
«Estamos, na Livestrong, desiludidos com as notícias de que Lance Armstrong enganou pessoas durante e depois da sua carreira, incluindo a nós», escreveu a Fundação, em comunicado
Na entrevista a Oprah Winfrey, o ex-ciclista norte-americano admitiu que se dopou desde o início da carreira e que o seu cocktail era formado por «EPO, transfusões de sangue e testosterona».