Assembleia-geral "não pode ser atrasada." Movimento estranha resposta de Rogério Alves
António Delgado, um dos porta-vozes do movimento, não compreende as dúvidas manifestadas pela Mesa da Assembleia Geral do Sporting que quebrou o silêncio nas horas finais do último dia do prazo.
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A Mesa da Assembleia-Geral (MAG) do Sporting respondeu esta terça-feira ao requerimento apresentado pelo movimento "Dar Futuro ao Sporting", que pediu a convocação de uma assembleia-geral extraordinária com o intuito de votar a destituição do Conselho Diretivo, liderado por Frederico Varandas.
O documento entregue ao presidente da MAG, Rogério Alves, foi subscrito por um número de sócios e de votos válidos que ultrapassavam os mil exigidos pelos estatutos do clube. Ainda assim, Rogério Alves solicitou dois esclarecimentos extra sobre o requerimento do grupo, adiando por mais uns dias o veredito final.
Face a este entrave, António Delgado, um dos porta-vozes do movimento "Dar Futuro ao Sporting", reagiu, na TSF, à decisão da MAG. Uma das questões colocadas pela MAG diz respeito aos fundamentos para alegar justa causa para a destituição do Conselho Fiscal e Disciplinar do clube. "Não é necessária haver justa causa para todos os órgãos, porque basta o presidente e o Conselho Diretivo serem destituídos que, com ele, todos os órgãos sociais do Sporting são destituídos", afirmou aquele porta-voz.
Rogério Alves também levantou dúvidas em relação à quantidade de versões e atualizações do documento apresentado e António Delgado garante que "os subscritores tiveram total conhecimento do requerimento". "Quem subscreveu o nosso manifesto sabia que estava a assinar um pedido de destituição dos órgãos sociais do Sporting", considerou.
O porta-voz do movimento estranha a demora da MAG em pedir os esclarecimentos, até porque é algo que "vai atrasar um processo que não devia ser atrasado".
António Delgado admite ainda que não estava à espera do número de assinaturas apresentado pela MAG (382 sócios subscritores válidos que correspondem a 1365 votos), visto que durante a reunião tiveram a garantia de que seriam avisados caso surgisse algum problema relacionado com quotas em atraso ou assinaturas não-legíveis. "Não recebemos nenhuma chamada a explicar-nos o porquê de terem sido validadas tão poucas assinaturas e estranhámos isso", acrescenta. Apenas 50% dos mais de três mil votos entregues foram aceites, sublinha.
"Tentativa desesperada"
Questionado sobre o adiamento de todo este processo, o porta-voz do movimento acredita que "é uma tentativa desesperada de continuarem na direção" e que "estão à procura de algum sucesso desportivo" para acalmar os ânimos.
António Pacheco não tem dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, a assembleia-geral vai ser convocada: "Já perceberam que a massa associativa do Sporting não está com eles." Refere também que no dia 9 de fevereiro há uma manifestação que pode juntar, admite, milhares de sportinguistas que estão descontentes com a direção do clube.
"Neste momento, o melhor caminho para Frederico Varandas é provar que ainda tem algum sportinguismo e demitir-se", considera.
Relativamente à questão financeira, o porta-voz do grupo estranhou o valor apresentado pela MAG para a realização da assembleia- geral de 2018 (194 mil euros), mas deixou claro que acredita na força dos sócios leoninos. "Todos os sócios podem contribuir. Acreditamos que, mesmo que tenhamos de ser nós a pagar, vamos fazê-lo sem qualquer problema."
O movimento "Dar Futuro ao Sporting" tem agora um prazo de cinco dias úteis para responder ao e-mail de resposta da MAG, mas António Delgado assegura que tencionam fazê-lo o mais rapidamente possível. "Vamos solicitar dois ou três dias para a MAG responder porque o processo tem de andar para a frente", acrescenta.
Segundo o 51.º artigo dos Estatutos do Sporting, a convocação de uma assembleia-geral extraordinária pode realizar-se em qualquer data caso exista um "requerimento de sócios efetivos, no pleno gozo dos seus direitos, com o mínimo de mil votos, desde que depositem na tesouraria do Clube a importância necessária para cobrir os gastos inerentes".