"Atletas foram excecionais." Lenine Cunha explica "balanço bastante positivo" nos Paralímpicos com "aumento das bolsas"
O mais medalhado dos atletas paralímpicos portugueses de sempre confessa que sai de Paris "realizado", mesmo que não tenha competido nos Jogos deste ano
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Lenine Cunha não esperava uma prestação tão boa da comitiva portuguesa nos Jogos Paralímpicos de Paris. Em declarações à TSF, o mais medalhado dos atletas paralímpicos portugueses de sempre afirma que o sucesso de Portugal pode ser explicado pelo aumento das bolsas para os desportistas e dá os parabéns aos colegas.
"Faço um balanço bastante positivo, até acho que superou as minhas expectativas. Os atletas estiveram muito bem, não poderia dizer mais do que parabéns a todos, foram excecionais, foram espetaculares. Desde que houve o aumento das bolsas paralímpicas, os atletas que tiveram mais condições de treino e de vida, puderam preparar-se sem preocupações e acho que isso foi uma grande ajuda do Governo, do próprio Comité Paralímpico de Portugal e das federações de cada modalidade", explica à TSF Lenine Cunha, confessando que sai de Paris "realizado", mesmo que não tenha competido nos Jogos deste ano.
Emocionado, o atleta descreve à TSF os últimos meses de vida, antes de ter atingido mais uma conquista, desta vez fora das pistas, ao ter sido eleito para o Conselho de Atletas Paralímpicos do Comité Internacional.
"Mudei a minha vida toda para conseguir vir a Paris competir. Mudei de treinador, fui para Lisboa treinar - eu sou do Porto. A época começou muito boa, depois tive anemia no final de fevereiro, estava a recuperar da anemia, fui ao Campeonato do Mundo, já com uma marca bastante razoável, mas chego do Campeonato do Mundo, no Japão, e uma semana depois fiz uma rutura. A rutura no posterior direito acabou com o meu sonho de vir competir. Andei um bocadinho em baixo, mas consegui levantar-me - como todas as vezes o faço na minha vida - e consegui estar aqui, não a competir, mas fora. Fui eleito para a Comissão de Atletas Paralímpicos Internacional. Foi uma surpresa para mim, mas ainda mais surpresa foi quando recebemos o comunicado oficial a dizer que eu tinha sido o mais votado. Fiquei em choque, porque não contava nada. Mesmo não competindo, saio daqui realizado", garante.
O atleta prepara-se agora para a cerimónia de encerramento em que vai participar enquanto membro recém-eleito do Conselho de Atletas Paralímpicos do Comité Internacional.
"Vamos subir ao palco. Os seis candidatos mais votados que fazem parte agora do novo Conselho vão subir ao palco logo à noite, na cerimónia de encerramento. E não podia pedir melhor, vai ser no Stade de France, não sei bem o que vai acontecer, mas estou à espera de um grande espetáculo, com muitos foguetes, muitos abraços, muita alegria e expectativa. Estou expectante para também dizer adeus a Paris", acrescenta.
A cerimónia de encerramento dos Jogos Paralímpicos está marcada para as 19h30 (hora de Lisboa).
