Augusto Inácio: "Não sou maluco para dar uma conferência de imprensa daquelas"
Treinador português rescindiu com o Zamalek depois do conflito com o presidente. Esta quinta-feira, esteve preso nas instalações do clube e teve de pedir ajuda à embaixada portuguesa.
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O último dia de Augusto Inácio no Zamalek foi cheio de peripécias.
O treinador português foi chamado pelo presidente, Mortada Mansour, para uma reunião no Cairo, mas tinha um treino marcado em Alexandria com a equipa. Como não queria ser acusado de faltar ao trabalho, dando um motivo aos egípcios para rescindirem unilateralmente, o técnico pediu ao clube um documento a explicar a ausência do treino.
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"Como o documento nunca mais vinha, disse que ia embora para Alexandria porque não queria ser acusado de faltar ao treino. Quando me preparava para sair, os seguranças não permitiram. Colocaram o peito à frente, houve um que me agarrou pelo braço e começou a confusão com gritos para um lado e para o outro. Depois de conseguir libertar-me, fecharam os portões e fiquei preso no gradeamento do clube. Liguei para a embaixada portuguesa a pedir ajuda, porque estava preso e não me deixavam sair. Com a intervenção da embaixada as coisas acalmaram e aconteceu a reunião, já com o papel na mão, a justificar a minha ausência no treino em Alexandria," contou à TSF, Augusto Inácio.
A relação com o presidente do Zamalek agravou-se depois da última conferência de imprensa onde treinador português acusou o líder do clube egípcio de mentir.
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"É claro que não sou maluco para dar uma conferência de imprensa daquelas. Eu rebati algumas falsidades que estavam a ser ditas pelo presidente, ao colocar coisas na minha boca, através da imprensa, que não eram verdade. É evidente que uma pessoa como Mortada Mansour, presidente do Zamalek, que está habituado a que as pessoas lhe digam sim com a cabeça, ao aparecer alguém a dizer a verdade, é evidente que a relação não ficou nada boa", confessou Augusto Inácio.
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O técnico que conquistou a última Taça da Liga, ao serviço do Moreirense, esteve três meses no comando técnico do Zamalek. A ligação com o conjunto do Cairo termina depois do conflito com o presidente, Mortada Mansour, um excêntrico advogado e político de 65 anos que está desde 2014 no clube egípcio.