Titular no primeiro jogo ao serviço do Feyenoord, Frederik Aursnes conquistou rapidamente a confiança do técnico Arne Slot. Fez 47 jogos na primeira temporada nos Países Baixos, a primeira grande oportunidade, explica um antigo companheiro de equipa e amigo do norueguês à TSF.
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Com 16 anos, Frederik Aursnes conquistou a Taça da Noruega ao serviço do Hodd, clube que joga na segunda liga local para não descer (ficou em 12.º na temporada longínqua de 2012). Para além de se tornar no jogador mais jovem a alinhar numa final da competição, Aursnes dava nas vistas num palco de maior projeção, mas optou por continuar no clube da sua região e esperar mais quatro anos para dar novo passo para o Molde, clube de maior nomeada, que luta pelo título norueguês.
No Hodd, Frederik Aursnes conheceu o britânico Robin Shroot. "Somos muito amigos e continuamos a falar regularmente, duas a três vezes por semana", começa por explicar à TSF o agora treinador adjunto da equipa feminina do Rosenborg. "Frederik é alguém extremamente humilde, que vem de um lugar pequeno na Noruega, mas muito educado", comenta o antigo jogador.
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Para além da amizade, Shroot reconhece no antigo companheiro de equipa características que o distinguem. "Aquilo que para mim se destaca nele como alguém diferente é que, se lhe derem essa liberdade para jogar como fazia quando era uma criança, como alguém que tem liberdade para pensar o jogo livremente, pela visão de jogo que tem, ele pode render muito".
Opção do Benfica para o lugar de Weigl ou Meïté - caso se confirme a saída de um dos atletas -, Robin Shroot explica que o interesse de um clube como as águias é algo natural no processo de evolução do médio, agora com 26 anos. "Não me iria surpreender se, ao chegar ao Benfica, os adeptos fiquem de imediato rendidos. Ele sempre demonstrou que de cada vez que sobe um degrau na carreira se consegue superar."
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Passos bem medidos a partir do meio-campo
Como explica o amigo Robin, Frederik Aursnes sempre soube medir os passos que escolheu dar na carreira. Após a passagem da segunda para a primeira liga na Noruega, o médio esperou até aos 25 anos para sair do campeonato local ao escolher assinar pelo Feyenoord. Na primeira temporada na Eredivisie, Aursnes participou em 47 jogos, incluindo o percurso na Liga Conferência que terminou com a derrota na final da Tirana diante da Roma de José Mourinho.
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"Foi o jogador mais jovem a jogar uma final da Taça da Noruega. Está no futebol de elite desde os 16 anos. Joguei com ele por duas temporadas, mas ao vê-lo, tendo eu vindo da Inglaterra e de um clube da Premier League, quando joguei com ele pela primeira vez, quando vi a inteligência dele no jogo, soube de imediato que, anos mais tarde, ele poderia sair para um clube como o Benfica", explica o antigo avançado do Hodd.
As exibições ao serviço do clube de Roterdão não passaram ao lado de Roger Schmidt, então técnico do rival PSV. "Tinha grande importância na construção das jogadas como um elemento criativo. Por isso acredito que o atual treinador do Benfica, que era técnico do PSV, identificou estas razões como motivo para o levar, e também pela capacidade de se adaptar."
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Ao lado do turco Orkun Kökçü, Frederik Aursnes assumiu em Roterdão um papel semelhante ao que é pedido por Roger Schmidt a jogadores como Florentino Luís e Enzo Fernández no Benfica. "Ele é excelente com a bola, na forma como compreende os momentos para acelerar o jogo, no controlo do jogo a partir de uma zona recuada. Teve enorme sucesso no Feyenoord, e pelo que vi, o treinador deu-lhe enorme responsabilidade."
Apesar da capacidade para jogar com e sem bola, Robin Shroot acredita que até numa função mais adiantada - como um "10" -, Aursnes pode ser útil, pela "inteligência que demonstra" na relação com o jogo, moldada nas divisões inferiores do futebol noruguês.