Triunfo justíssimo e histórico da seleção do País de Gales, que protagonizou mais uma das surpresas deste torneio. Ramsey e Davies não defrontam Portugal.
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Uma constelação de estrelas belgas, maioritariamente figuras de grandes clubes ingleses, não foi suficiente para afastar o País de Gales que continua a mostrar de que fibra se fazem as pequenas nações da Europa, imitando o feito islandês.
A Bélgica perdeu em 90 minutos, mais os três concedidos pelo árbitro esloveno Damir Skomina, apesar de até ter começado melhor. Aos 13 minutos, o centro - campista da Roma, Naingollan colocou os "diabos vermelhos" à frente do marcador, com um pontapé fulminante a cerca de 25 metros da baliza galesa. Este foi um dos melhores golos da competição até ver e parecia representar um carimbo forte das intenções belgas no que toca a esta eliminatória. Ou seja, tirar os galeses do caminho o mais cedo possível, evitando sobressaltos.
Com superioridade ofensiva evidente - marca fundamental desta equipa de Marc Wilmots - restava saber, nesta etapa inicial do jogo, como iria comportar-se o País de Gales, com Bale, Ramsey e companhia.
A resposta chegou um quarto de hora depois, sensivelmente. Aos 31 minutos, um canto expôs as fragilidades defensivas da Bélgica. Jordan Lukaku, lateral esquerdo que substituiu o lesionado Vertonghen, falhou a intercepção e o central Denayer viu à sua frente, impotente, o defesa galês Williams cabecear e fazer o empate. Foi um arrepio na espinha dos belgas.
O jogo caminhou assim para o intervalo. Na segunda parte, entrou Fellaini para substituir Ferreira-Carrasco. O País de Gales geria o encontro e defendia como um bloco solidário. A Bélgica aparentemente dominava, mas faltava agressividade e gente na grande área para finalizar. Romelu Lukaku era um homem muito só, insuficiente.
Entretanto, aproveitando a fragilidade defensiva no lado esquerdo belga, Bale descobriu Ramsey e o médio do Arsenal cruzou para depois Robson-Kanu fazer o resto. Em dois toques, um deles com o calcanhar, tirou Meunier do caminho e ficou frente ao gigante Courtois. O guarda -redes belga não teve hipótese, perante o excelente remate de pé esquerdo.
Entrou Batshuayi, já contratado pelo Chelsea, saiu Romelu Lukaku, aos 83 minutos. Mas aos 85, Sam Vokes, que também tinha chegado ao jogo havia pouco tempo, por troca com Robson-Kanu, arrumou definitivamente com os belgas. Novamente, exploração do lado esquerdo da defesa belga, onde parecia estar o ouro. Erro primário dos centrais Alderweireld e Denayer, permitiram o 3-1 ao avançado do Burnley, que subiu à I Liga inglesa.
Pela primeira vez numa fase final de um Europeu de futebol, o País de Gales defronta Portugal esta quarta-feira em Lyon, com duas baixas importantes para as meias finais do torneio francês: o médio criativo do Arsenal Aaron Ramsey e o defesa Ben Davies, do Tottenham vão cumprir castigo disciplinar.