A SAD do Belenenses vai recorrer da decisão judicial que absolve o Gil Vicente. "É para o lado que durmo melhor", responde o presidente da equipa minhota.
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"Não concordamos com a decisão, os advogados do Belenenses apresentaram à Comissão Executiva do Belenenses SAD as suas decisões e vamos recorrer", disse Rui Pedro Soares, em conferência de imprensa.
Segundo o presidente da SAD "azul", esta "é uma decisão a favor do Belenenses e não seja contra quem for". "Não fazemos mais do que assumir a defesa da honra e do bom nome do Belenenses e de alguns antigos dirigentes", afirmou.
Rui Pedro Soares explicou que o clube podia recorrer até 11 de julho, mas que a decisão foi tomada em apenas quatro dias, acrescentando que "há questões que se colocaram há 10 anos, que não se podem resolver sem o Belenenses recorrer". "Não informámos ninguém, mas também não antes não fomos informados por ninguém", acrescentou o líder da SAD do Belenenses.
A reação do Gil Vicente
Contactado pela TSF, o presidente do Gil Vicente, António Fiúza, disse não estar minimamente preocupado com o facto de o Belenenses ir recorrer.
António Fiúza não quis gravar, remetendo para as declarações que fez hoje à agência Lusa: "É para o lado que durmo melhor. Essa decisão não me preocupa pois o acórdão do tribunal é taxativo e quem manda é a Federação e a Liga".
António Fiúza acrescentou ainda que os dirigentes do clube do Restelo resolveram recorrer porque "têm medo que o Gil Vicente lhes exija também uma indemnização e que coloquem ainda o clube na II Liga". "É como diz o ditado popular: 'quem tem cú tem medo'", concluiu o presidente do Gil Vicente.
O "caso Mateus"
Em agosto de 2006, o Gil Vicente, depois de ter assegurado a permanência, foi despromovido administrativamente à Liga de Honra, atual II Liga, devido à utilização do internacional angolano Mateus, quando o futebolista estava impedido por ter atuado com estatuto de amador, na época imediatamente anterior, ao serviço do Lixa.
Na altura, a Comissão Disciplinar da LPFP sancionou o clube minhoto com a descida de divisão, após uma queixa do Belenenses, que o Conselho de Justiça da FPF ratificou, impedindo ainda os gilistas de participarem na Taça de Portugal, assim como nos campeonatos de juniores e iniciados.
O Gil Vicente recorreu destas decisões para os tribunais administrativos, alegando a nulidade das sanções aplicadas, algo que foi agora confirmado pela sentença do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, proferida a 25 de maio.