Os encarnados voltam a reinar, para uma maioria absoluta nos últimos dez anos, com seis títulos, contra três do FC Porto e um do Sporting.
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O Benfica chegou, quatro anos volvidos, ao 38.º título de campeão nacional de futebol, depois de três épocas de seca, coincidentes com a pandemia da Covid-19 e o afastamento dos adeptos dos estádios.
Na primeira temporada com o 12.º jogador de regresso pleno às bancadas, os encarnados voltam também a reinar, para uma maioria absoluta nos últimos dez anos, com seis títulos, contra três do FC Porto e um do Sporting.
Após cinco títulos em seis anos - um inédito tetra de 2013/14 a 2016/17 e a reconquista de 2018/19, falhado o penta em 2017/18 -, o Benfica sucede ao FC Porto, que falha o bis na era Sérgio Conceição pela terceira época consecutiva.
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As águias reforçam também a liderança do histórico, voltando a contar mais oito cetros do que os 30 dos dragões e o dobro dos 19 dos leões, numa competição em que 97,8% dos cetros caíram para os grandes, sendo exceções um do Belenenses (1945/46) e outro do Boavista (2000/01).
Os encarnados somam mais oito títulos dos que os azuis e brancos, mas já contaram mais 19, quando ganharam a edição de 1983/84, sendo que, depois disso, o FC Porto venceu 20 de 29 campeonatos.
Neste período, os portistas lograram um inédito penta (1994/95 a 98/99), um tetra (2006/07 a 2008/09) e um tri (2010/11 a 2012/13).
Dos 9 cetros que fugiram aos azuis e brancos, o Benfica arrebatou 6, em 1986/87, 1988/89, 1990/91, 1993/94, 2004/05 e 2009/10, enquanto o Sporting somou dois (1999/00 e 2001/02) e o Boavista um (2000/01).
Os encarnados viveram, assim, uma década sem qualquer vitória (1994/95 a 2003/2004) e apenas somaram um título em 15 anos, entre 1994/95 e 2008/09.
Em 2009/10, na primeira época sob o comando de Jorge Jesus, o Benfica voltou aos triunfos, mas, depois, não ganhou nenhum dos três campeonatos seguintes, todos conquistados pelo FC Porto, que, em 90 jogos, só sofreu uma mísera derrota (1-3 no reduto do Gil Vicente, em 2011/12), e fechou invicto duas edições.
Depois do traumatizante golo de Kelvin, numa época 2012/13 em que perdeu tudo nos minutos finais dos jogos decisivos, o Benfica respondeu, porém, com o primeiro tetra da sua história, algo que nem nos tempos do rei Eusébio conseguira.
Ainda com Jorge Jesus, que ficou seis anos na Luz, o Benfica venceu em 2013/14 e 2014/15 e, com Rui Vitória, chegou ao tri em 2015/16 e ao tetra em 2016/17, derrotando, precisamente, o atual técnico do Fenerbahçe, que rumara ao Sporting.
Em 2018/19, os encarnados estiveram perto do penta, já que lideravam o campeonato a cinco rondas do fim, mas um desaire caseiro com o FC Porto, por culpa de um golo do mexicano Herrera sobre o final, acabou com o sonho.
Rui Vitória ainda começou a época 2019/20, mas acabou substituído por Bruno Lage, que, vindo da equipa B, somou 18 vitórias e um empate em 19 jogos, e selou a reconquista das águias, depois de uma sensacional recuperação.
Após cinco títulos em seis anos, o que não se via na Luz desde os anos 70 do século passado, o Benfica parecia embalado em 2020/21, com Lage a somar 16 vitórias e uma derrota na primeira volta, mas a equipa descambou e, já em plena era Covid-19 e liderado por Nélson Veríssimo, perdeu o título para o FC Porto.
O atípico campeonato de 2020/21, sem público nas bancadas, foi dominado pelo Sporting, perante um Benfica novamente com Jesus, que também arrancou para a época 2021/22, para 'cair' a meio, já com tudo perdido, num campeonato vencido pelo FC Porto.
Para 2022/23, o presidente do Benfica, Rui Costa, apostou no alemão Roger Schmidt, recrutado ao PSV Eindhoven, e os encarnados lideraram a prova da primeira à última jornada, construindo um avanço que chegou a ser de 10 pontos e deu para colmatar uma parte menos conseguida.