Benfica pede instrução do E-Toupeira e diz que processo deve cair por falta de fundamento

A Polícia Judiciária deteve hoje duas pessoas, entre as quais o assessor jurídico do Benfica Paulo Gonçalves, por suspeitas de corrupção, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal, 06 de março de 2018 em Lisboa. TIAGO PETINGA/LUSA
Tiago Petinga/Lusa
Clube da Luz apresentou requerimento no qual reitera nada ter a ver com as ações do ex-assessor jurídico.
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O Benfica apresentou esta quarta-feira, no Ministério Público (MP), um pedido de abertura de instrução do caso E-Toupeira.
O requerimento de abertura de instrução (RAI) - fase facultativa em que um juiz decide se o processo segue para julgamento - foi entregue no Tribunal da Comarca de Lisboa e assenta em três pontos essenciais, nomeadamente o desconhecimento dos factos imputados ao seu antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves e restantes dois arguidos, ambos funcionários judiciais.
A defesa alega "total desconhecimento da Benfica SAD dos factos imputados e inexistência de qualquer intervenção ou atuação ou omissão relevantes da Benfica SAD nas matérias tratadas".
A sociedade que gere o futebol profissional 'encarnado' aponta ainda "a total ausência de elementos probatórios que liguem a Benfica SAD às atuações descritas na acusação" e a "total omissão de narração de factos concretos na acusação que permitam imputar a prática de qualquer crime à Benfica SAD, havendo ainda contradições na própria acusação".
A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes no processo 'E-Toupeira' e o seu assessor jurídico Paulo Gonçalves de 79 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção ativa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.
Entre as 17 testemunhas arroladas pelo Benfica contam o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, o ex-presidente do Sporting José Sousa Cintra e também os presidentes dos Sporting de Braga, António Salvador, e do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes.