Armando Ferreira não se importa de fazer cem quilómetros em cima de uma bicicleta para disfarçar a tristeza de ver um clube a desaparecer
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O Boavista da Volta a Portugal já pouco ou nada tem a ver com o clube de futebol. Mas há um adepto que não larga a equipa da “Rádio Popular Paredes Boavista”. Armando Ferreira não se importa de fazer cem quilómetros em cima de uma bicicleta para disfarçar a tristeza de ver um clube a desaparecer.
"Vim ver isto e vim ver a ver se compro alguma coisa do Boavista", diz, aos microfones da TSF.
Tem vestida uma camisola do Boavista, mas é uma camisola do futebol com mais de 20 anos, aquelas largas que se usavam na altura. Armando não consegue esconder a tristeza. Fala num tom baixo, carregado de pesar: “Infelizmente as coisas estão negras.”
Com o clube da Pantera mergulhado numa grave crise e para afastar a melancolia, Armando, garantindo que "há de ser sempre do Boavista", tenta estar próximo através do ciclismo para "não deixar o clube morrer de vez". Para tentar aliviar a tristeza, vinga-se em cima de uma bicicleta.
"Vou dar umas voltas para fazer bem à saúde, vou pedalando", afirma.
Por semana, em média, faz 80 a 90 quilómetros, um pé no chão, o outro no pedal. O corpo inclina-se, a bicicleta ganha vida e Armando está sobre as duas rodas.