
Neymar e companhia prometem espalhar o samba nos relvados da Rússia.
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É impossível falar dos Campeonatos do Mundo sem pensar de imediato no Brasil. A razão é simples e, no fundo, resume-se a isto : o Brasil é claramente o rei.
Para começar, os brasileiros estão sentados no trono dos recordistas. São os únicos com presença em todos os Mundiais e com cinco títulos conquistados. Mas há mais : o Brasil é, a par da Itália, um dos raros que ganhou duas vezes consecutivas, em 1958 e 1962, e o único a conquistar o troféu, por duas vezes também, fora do seu continente, mais precisamente na Europa, em 1958, e na Ásia, em 2002.
É verdade que, do ponto de vista coletivo, os canarinhos apresentam um currículo impressionante, só que, mesmo no plano individual, também têm as suas figuras de primeiríssima linha. E aqui é impossível ignorar o maior deles todos, Pelé, o tal que aos 17 anos marcou e ganhou num Mundial. Aliás, o primeiro de três Mundiais dos quais Pelé saiu vencedor, sendo o único futebolista da história que pode reclamar um tri para si próprio : 1958, 1962 e 1970.
Já que falamos de figuras, também podemos acrescentar Cafú, o único que esteve presente em três finais, saindo com a Taça em duas delas : 1994 e 2002.
Mas, se quisermos ir mais longe, ainda temos Mário Zagalo que cometeu o feito extraordinário de ser campeão duas vezes como jogador, uma vez como selecionador e outra ainda como assistente técnico. Ou seja, alguém que chegou a quatro títulos mundiais em três funções diferentes.
Posto isto, pode perguntar-se, afinal, onde está o paradoxo? É simples : um país que estabeleceu máximos em quase tudo e mais alguma coisa, nunca conseguiu ganhar em casa. Quer dizer, há sempre alguma coisa que trama os brasileiros quando se põem a organizar os Campeonatos do Mundo. Ou os matreiros do Uruguai, como em 1950, ou a máquina alemã, como em 2014.
Seja como for, esta é uma questão que agora não se coloca. O palco é a Rússia e Tite conseguiu transformar uma seleção que sofreu um trauma brutal há quatro anos. Neymar e companhia têm a missão de resgatar uma tradição que, acreditam os brasileiros, pode voltar a ser o que foi.