Bruno Carvalho apelou hoje à realização de uma Assembleia-Geral extraordinária para analisar o que considerou um ano de «gestão danosa» de Godinho Lopes na presidência do Sporting, durante o qual «não cumpriu nenhuma das promessas eleitorais».
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O candidato presidencial derrotado nas últimas eleições do clube lisboeta reafirmou também a vontade de ver discutida numa futura reunião magna a «venda encapotada» do direito de superfície do Estádio José de Alvalade através da fusão da SPM - Sporting Património e Marketing na SAD sportinguista.
«Não posso deixar de fazer um novo apelo à Mesa para convocar uma Assembleia-Geral extraordinária sobre a fusão da SPM na SAD, não permitindo que pelo menos sem que os sócios se pronunciem a SAD fique com o único bem que resta ao clube. Mas que essa Assembleia- Geral vá mais longe e tenha um segundo ponto de ordem que é a discussão sobre a gestão danosa que está a existir no nosso clube e na SAD», exigiu Bruno Carvalho.
Para o ex-candidato presidencial, esta operação é «uma mera engenharia financeira» e uma «venda encapotada», que representa «a última operação a mando dos bancos para eliminar de vez todo o poder do clube e dos seus associados».
«É tão-somente a passagem do único bem valioso que se mantém na posse do Sporting, que é o direito de superfície do estádio, mantendo-se o clube a ser dono do mesmo e consequentemente a manter a sua dívida. A SAD será o dono real do estádio, enquanto ao Sporting restará apenas ser o dono papel e o pagador da dívida ao banco que ascende a várias dezenas de milhões de euros», advertiu.
Bruno Carvalho lamentou que o clube passe «a depender da SAD para tudo», questionando: «E se o novo dono da SAD, ao invés de sustentar o clube, decidir não pagar despesa nenhuma do mesmo e até exigir o pagamento da dívida do clube à SAD? Vamos inventar investidores para um clube falido, sem receitas e sem um único bem?».
O empresário observou que a direção do Sporting não só não cumpriu a promessa de injetar 100 milhões de euros no clube (ME), como, «pelo contrário, já contraiu 40 ME em empréstimos bancários e recebeu antecipadamente 38 ME em receitas futuras, colocando assim em perigo a sustentabilidade futura do clube e da SAD».
«A SAD do Sporting encontra-se numa situação de falência técnica agravada e muito pela gestão dos últimos seis meses. O Sporting já tem os próximos anos totalmente comprometidos financeiramente. Até já depois do seu mandato. Se o Sporting vendesse agora todos os jogadores ainda poderia ficar a dever dinheiro, pois já recebeu antecipadamente de futuras transferências», assinalou.
Para Bruno Carvalho, o caso do despedimento de Domingos Paciência foi um sinal da «falta de liderança» de Godinho Lopes, com o presidente «a dizer no sábado à noite que o treinador era essencial para o projeto e no domingo de manhã a verificar-se que o mesmo já estava despedido».