Bruno de Carvalho: "nada do que está a ocorrer parte da boa vontade do Benfica"
O presidente do Sporting espera que o caso dos vouchers seja levado "até às últimas consequências". No dia em que o Benfica foi alvo de buscas, Bruno de Carvalho dá os "parabéns" aos investigadores.
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Bruno de Carvalho não tem dúvidas. As buscas não resultaram de qualquer pedido dos encarnados.
Esta tarde, em comunicado, os encarnados disseram ter solicitado à Federação que remetesse uma participação às instâncias competentes sobre acusações feitas por Bruno de Carvalho. Em causa está o chamado caso dos vouchers.
O caso teve origem nas declarações do presidente do Sporting que disse, num programa televisivo no ano passado, que o Benfica fazia ofertas de cortesia a equipas de arbitragem em todos os jogos no estádio da Luz.
Também esta tarde uma fonte do Ministério Público confirmou "a realização, no âmbito de um processo dirigido pelo Ministério Público - DIAP de Lisboa, de buscas com vista a recolha de prova", na SAD do Benfica.
A confirmação do Ministério Público surgiu horas depois de a agência Lusa ter questionado o organismo sobre a realização de buscas na SAD do Benfica no âmbito das despesas feitas com equipas de arbitragem, denunciadas há mais de um ano pelo presidente do Sporting.
O Correio da Manhã noticiou hoje, em manchete, que "prendas aos árbitros lançam buscas no Benfica", acrescentando que "inspetores apreenderam documentos na Luz" e que o "departamento financeiro [foi] visado pelas autoridades".
Ao mesmo jornal, a direção de comunicação do Benfica informou que "a investigação resultou de uma iniciativa e participação expressamente feita pelo Benfica à Federação Portuguesa de Futebol, para que apresentasse queixa ao Ministério Público".
Durante a manhã de hoje, o Benfica reiterou o seu empenho no "cabal esclarecimento e célere decisão" do denominado 'caso dos vouchers', espoletado por denúncias e acusações proferidas por Bruno de Carvalho.
Em comunicado, e "na sequência de notícias vindas a público sobre o processo", os tricampeões nacionais de futebol relembraram que, após as "insinuações e acusações", feitas a 05 de outubro de 2015, "solicitaram à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que remetesse uma participação às instâncias competentes, visando promover a averiguação da situação referida no mais curto espaço de tempo".
Num programa televisivo, entre outras acusações, Bruno de Carvalho referiu que o Benfica fazia ofertas de cortesia a equipas de arbitragem em todos os jogos que poderiam atingir um valor global por época a rondar os 250 mil euros.
Entretanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) remeteu para o Ministério Público competente uma participação da FPF sobre as declarações do presidente do Sporting sobre aliciamentos a árbitros.
A 27 de janeiro deste ano, no âmbito da justiça desportiva, a Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional anunciou o arquivamento do processo decorrente das afirmações do presidente do Sporting sobre as ofertas do Benfica a árbitros.