Capitãs vão poder usar braçadeira com cores LGBTQ+ no Mundial feminino, mas não a "One Love"
Depois da polémica no Catar, a FIFA manteve a proibição das braçadeiras "One Love" para o Mundial feminino, mas criou uma alternativa dedicada à inclusão.
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O Mundial feminino de futebol de 2023, a disputar entre 20 de julho e 20 de agosto, com a inédita presença de Portugal, vai lutar pela igualdade de género, pela inclusão e pela paz, anunciou esta sexta-feira a FIFA.
"Em parceria com várias agências das Nações Unidas, a FIFA vai utilizar o Campeonato do Mundo, na Austrália e na Nova Zelândia, para destacar uma série de causas sociais, selecionadas após consulta de parceiros, incluindo jogadoras e as 32 federações participantes", lê-se no comunicado do organismo que rege o futebol mundial.
Cada uma destas mensagens vai ser promovida através dos ecrãs LED em volta do relvado, ecrãs gigantes, bandeiras promocionais nos estádios, nas redes sociais e nas braçadeiras das capitãs de equipa.
Neste capítulo das braçadeiras, depois da polémica no Catar na competição masculina, as jogadoras podem escolher entre oito opções. No mundial masculino, várias seleções tentaram utilizar a braçadeira "One Love", tendo o protesto mais acérrimo vindo da equipa alemã. A proibição dessa braçadeira mantém-se, mas a FIFA criou uma alternativa dedicada à inclusão e que utiliza as mesmas cores.
FIFA has announced eight 'Unite' messages players will be able to support during the Women's World Cup - but the ban on the 'One Love' armband will remain in place. pic.twitter.com/abzhJkYw0r
- Sky Sports WSL (@SkySportsWSL) June 30, 2023
Sob a campanha global "Futebol une o mundo", o torneio vai promover oito mensagens, dedicadas à inclusão e às populações indígenas, à igualdade de género, à paz, ao objetivo fome zero, ao fim da violência contra as mulheres e ao futebol como alegria, paz, esperança e paixão.
Estas campanhas e mensagens decorrem de parcerias da FIFA com as agências das Nações Unidas especializadas em direitos humanos, direitos das mulheres, refugiados, educação, saúde e luta contra a fome.
"O futebol une o mundo e nossos eventos globais, como o Mundial feminino, têm o poder único de unir as pessoas e proporcionar alegria, emoção e paixão", disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino, citado no mesmo comunicado.
De acordo com o suíço, "o futebol faz mais do que isso", daí a decisão de "destacar uma série de causas sociais -- da inclusão à igualdade de género, da paz ao fim da fome, da educação ao combate à violência doméstica -- durante todas os 64 jogos do Mundial".
"Não é apenas o que se passa dentro do campo. Estamos comprometidos em usar o poder do futebol como uma força para o bem e alavancar as nossas parcerias com as agências das Nações Unidas para alcançar os nossos objetivos. Queremos agradecer às jogadoras e às seleções por partilharem connosco o apoio a estas causas. Juntos podemos fazer a diferença", referiu Fatma Samoura, secretária-geral da FIFA.
A FIFA calcula que o Mundial 2023 feminino vá alcançar uma audiência de dois mil milhões de espetadores em todo o mundo, cerca de 40% do registado no Mundial2022 masculino.
Portugal integra o Grupo E do Mundial, juntamente com Países Baixos, que defronta em 23 de julho, Vietname (27 de julho) e Estados Unidos (1 de agosto).