Carlos Marta formalizou, esta quinta-feira, a candidatura à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), denunciando pressões que elementos da sua lista terão recebido nos últimos dias.
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«Quero agradecer às pessoas que resistiram nos últimos dias a todo o tipo de pressões e se mantiveram fiéis a esta candidatura. Mostraram que há gente que não tem medo e quer defender o futebol português», acusou Carlos Marta.
«As pessoas que me acompanham nesta lista demonstraram, para além do profissionalismo e competência, uma enorme coragem», «grande dignidade» e «respeito pelos compromissos», elogiou.
O ex-presidente do Conselho Nacional do Desporto remeteu explicações para mais tarde.
Da lista encabeçada pelo actual presidente da Câmara Municipal de Tondela, destacam-se como vogais da Direcção os presidentes das Associações de Futebol de Leiria e Lisboa, Júlio Vieira e Carlos Ribeiro, respectivamente, e os antigos futebolistas internacionais Toni e Augusto Inácio, que ficarão com os pelouros das selecções.
Carlos Marta advertiu que «não conhece as listas que estão constituídas» para o Conselho de Arbitragem, para o qual não designou qualquer nome, uma vez que já tinha manifestado o apoio à lista que será liderada pelo presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luís Guilherme.
«A nossa posição foi muito clara desde o princípio: defendemos a autonomia da arbitragem, porque confiamos nos árbitros, porque a queremos credibilizar para também a poder responsabilizar. E, nesse sentido, o nosso compromisso está a ser cumprido também, sem precedentes na história do futebol português, de que é do seio da arbitragem que deve nascer o futuro Conselho da FPF», assinalou.
Carlos Marta, que lamentou não ter sido possível constituir uma lista única para o Conselho de Arbitragem federativo, a fim de assegurar a «estabilidade» daquele órgão, manifestou-se «preparado para governar» a FPF, esperando um «debate construtivo» durante a campanha para as eleições de 10 de Dezembro.
Entre as propostas do candidato à sucessão de Gilberto Madaíl, sobressaem a reformulação do quadro competitivo, assente num «modelo ajustado à realidade sócio-económica do país», com vista à «sustentabilidade do futebol português», procurando a valorização dos jovens jogadores portugueses e o alargamento da base de praticantes.
Manifestando «apoio total e inequívoco» ao seleccionador Paulo Bento, Carlos Marta pretende também rever os protocolos de financiamento com a Liga, descentralizar as assembleias-gerais e promover reuniões trimestrais com todos os sócios ordinários da FPF, bem como a realização do Congresso do Futebol de dois em dois anos.
Para a Direcção, em que o vice-presidente será o presidente da Liga de Clubes, são propostos António Pereira, Joaquim José Sousa Marques (presidente da Associação de Futebol de Setúbal), José António Brito Osório Valdoleiros, Mauro Xavier e Amaro Camões (presidente da Associação de Futebol de Évora), segundo a lista apresentada por Carlos Marta, no último dia para a formalização das candidaturas.
Fernando Seara, que chegou a ser apontado como potencial candidato a liderar a FPF, está designado para a presidência da Mesa da Assembleia-Geral e João Correia de Oliveira encabeça a lista para o Conselho Fiscal, órgão do qual é actualmente vice-presidente.
José Joaquim Sampaio Nora, presidente do Conselho de Justiça, é candidato a manter-se no cargo, enquanto Vítor Carvalho está indicado para a presidência do Conselho de Disciplina, no qual é actualmente um dos vogais.
Nas eleições aos órgãos sociais da FPF, Carlos Marta, ex-jogador e líder associativo, concorre contra o actual presidente da Liga de clubes, Fernando Gomes, esperando-se que António Sequeira, ex-secretário-geral da FPF, também formalize a sua candidatura esta quinta-feira.