Em Albufeira, há uma equipa de ciclismo exclusivamente feminina. Chama-se 5 Quinas e bate-se por ganhar troféus e ficar à frente do pelotão.
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Para ser uma ciclista é preciso sofrer. E pedalar, pedalar muito. "É preciso ser-se competitivo e ter raça", diz Celina Carpinteiro. Esta professora é, juntamente com Orieta Oliveira, uma das mentoras da Equipa 5 Quinas, um grupo que vai dos 10 aos 47 anos.
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"Estávamos numa equipa que terminou e a Orieta disse: 'olha, vamos fazer a nossa equipa. Trabalhar e arranjar patrocinadores'. Foi isso que aconteceu e a equipa já dura há quatro anos. Aqui não entram homens".
É uma equipa exclusivamente feminina e tem todos os escalões. Já têm ganho primeiros prémios e conseguido ser campeãs de estrada, de contrarrelógio, em todas as provas de ciclismo.
Orieta Oliveira, outra das ciclistas, explica que para se prepararem para o circuito nacional e para as quatro ou cinco provas que existem da Taça de Portugal as ciclistas do 5 Quinas correm muitas vezes ao lado de atletas masculinos em provas de preparação.
Já têm ganho primeiros prémios e conseguido ser campeãs de estrada, de contrarrelógio, em todas as provas de ciclismo.
"A nível coletivo, normalmente arrecadamos sempre a primeira posição e a individual temos várias atletas com títulos nacionais", salienta Celina.
No estrangeiro, algumas ciclistas já têm participado em provas bem difíceis. "O Giro da Toscana, a Volta à França no feminino, na Holanda, República Checa...", enumeram.
Para fazer contrarrelógios e subir montanhas, os cuidados destas mulheres com a alimentação são redobrados. "Temos de abdicar de muita coisa, nomeadamente de gulodices. Há atletas que não comem pão, farinhas, etc e fazemos uma alimentação à base de proteínas", revela Orieta Oliveira.
Todas as ciclistas da equipa 5 Quinas têm uma profissão. Orieta trabalha numa biblioteca, Celina é professora. E isso é o que se torna mais complicado de gerir. "É dar um bocadinho mais de nós", diz Orieta.
Apesar de praticarem um desporto associado ao sexo masculino estas atletas fazem questão de se maquilharem, de aparecerem bonitas nas provas. Femininas, como elas dizem. "Para mostrar que as mulheres que andam de bicicleta não precisam de ter um ar másculo. É óbvio que quando estamos a fazer um sprint ou uma subida lá se vai a make-up toda", brinca Celina Carpinteiro.
Com rímel e baton, esta é uma equipa que mostra ter pernas para pedalar e continuar na frente do pelotão.