A descida à segunda liga e a mudança de direção levaram a Académica a mudar de estratégia e a voltar-se para aquilo que está na génese da instituição: a formação.
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A Académica de Coimbra é a única equipa portuguesa, além de Benfica, Sporting e Futebol Clube do Porto que está na fase final dos campeonatos nacionais, na luta para campeões nacionais, em Juniores, Juvenis e Iniciados.
Este facto reflete a aposta que o clube tem feito na formação. A descida à segunda liga e a mudança de direção levaram a Académica a mudar de estratégia e a voltar-se para aquilo que está na génese da instituição: a formação.
Em paralelo a estes bons resultados, também vários jovens têm sido chamados à seleção e à equipa principal.
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Rua é defesa e sonha com isso. Está inscrito pelos seniores, embora ainda não tenha tido a oportunidade de se estrear. Joga nos juniores da Académica. Plantel que está na fase "campeão". Como foi possível? Com trabalho e empenho, diz o defesa.
Joga de Académica ao peito pela sexta época e só saiu por um ano para espreitar o Sporting. Está de regresso. "Estou aqui desde os infantis. A minha formação tem sido feita praticamente toda aqui, exceto os dois anos de Benjamim. Há principalmente um grande respeito e a Académica é o meu clube, o clube do meu coração".
Sonhar com o título de campeão nacional de juniores é possível, embora concretizá-lo seja mais complicado. "Podemos sonhar. No início era mais real, mas agora está mais complicado".
Telles acompanha Rua nos relvados e também é júnior, joga como médio-ofensivo, e por isso desinquieta o meio campo do adversário. Aponta a estratégia que tem colocado a Académica na frente da corrida: "Tudo muito à base do trabalho, da vontade e da motivação".
João Paulo Fernandes, diretor geral da formação da Académica, entra em campo nesta reportagem para dizer que os resultados obtidos não se conseguem de um dia para o outro. "Começam muito pequenos e o trabalho começa nessa fase a ser estruturado, para que nos escalões de competição consigamos chegar à melhor fase. Mas, o que nos tem dado maior satisfação é conseguir ver os nossos atletas a estrearem-se na equipa principal", garante.
Trabalho, dedicação e competência, diz, resulta num triângulo de sucesso.
Mas, ajuda também a existência de treinos específicos e individualizados, e as atividades paralelas como a Escola de Guarda Redes. Formação que está aberta ao exterior e a outros clubes, e que serve para financiar a formação da Académica. "Pretendemos também financiar um pouco a nossa formação. Felizmente há alguns clubes que acedem e deixam vir os miúdos, o que permite que possamos colaborar na formação desportiva dos clubes que nos rodeiam".
João Paulo Fernandes passa a bola a Pedro Santos, que dentro da Académica joga como Coordenador Técnico da Formação. "Recebemos há pouco a chamada de mais um atleta aos sub19. Esta época temos sete a oito atletas que, esta época, foram às seleções nacionais dos sub17 aos sub19".
E agora é preciso esperar pelo final dos campeonatos para perceber se a Académica consegue algum troféu de campeão nacional, mas, Pedro Santos não quer ilusões. "Não quero ser acusado de falta de ambição, mas nestas três fases estão apenas Académica, FCP, Benfica e Sporting. Tentem pesquisar com que recursos, cada uma delas, chega aqui".
Por isso, o coordenador técnico da Formação diz que o caminho da Académica é feito passo a passo e que agora o mais importante, e que já está a ser conseguido, é fazer chegar jogadores da formação à equipa principal.
E quanto ao futuro? Pedro Santos é claro: a continuidade da aposta na formação conduzirá a uma Académica mais forte.