Colin Stüssi quer defender o título da Volta a Portugal: "Vou ter de elevar o meu nível para vencer de novo”
O suíço surpreendeu o pelotão nacional na edição de 2023 da Volta a Portugal em bicicleta. Mesmo nas etapas onde a equipa dele não conseguiu acompanhar a concorrência, Colin Stüssi destacou-se pela combatividade e pela gestão da corrida. Um ano volvido, fala com orgulho do número “1” que vai envergar
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“Ansioso? Claro que sim, é especial regressar a Portugal. Mais especial ainda porque, este ano, vou ter o número “1” nas minhas costas.” O suíço Colin Stüssi (Team Vorarlberg, Áustria) regressa às estradas portuguesas para a edição 85 da Volta a Portugal em bicicleta, ciente que se tornou o grande alvo de toda a concorrência. O efeito surpresa desapareceu, este ano todas as equipas e ciclistas o conhecem.
Colin Stüssi defende o título da Volta a Portugal no regresso ao asfalto a 24 de julho, em Viseu. Ele sabe que o número “1” de que fala com orgulho é visto no pelotão como uma ameaça, a maior ameaça aos objetivos de cada uma das equipas.
"Ser visto dessa forma pode ser um problema. Mas eu penso que talvez possa vencer de novo. Não é a situação desejável, tenho de estar preparado para fazer a melhor corrida possível. Sei que todos os olhos vão estar em mim. Também sei que temos uma equipa forte, e vamos dar o nosso melhor. O mais importante é sentir-me bem na corrida, porque, se estivermos bem, os resultados vão aparecer. Este é o meu plano."
A preparação para a Volta a Portugal não foi a desejada. “Eu não fiz a melhor preparação, porque estive doente, perdi algumas provas, e assim não é fácil. Mas dei o meu melhor para chegar em boa forma".
"Agora sinto-me bem. Já passaram três semanas do meu último problema, estive, entretanto, no Tour da Áustria. Foi uma corrida onde já tive boas sensações, não foi perfeito, mas senti que estava a caminhar na direção certa."
Tanto melhor quanto maior a subida
Há alegria no discurso de Colin Stüssi. Uma alegria que se sentia em Viana do Castelo após a derradeira etapa da volta de 2024. A equipa de Stüssi estava eufórica. Ele, coberto de cerveja derramada nos festejos.
"Diverti-me imenso, e não falo apenas do resultado. A prova foi perfeita para mim: longa, dura, com muito calor na estrada. Mas falo também o público, mesmo não sendo um ciclista português ou de uma equipa portuguesa, toda a gente me recebeu bem. Foi ótimo correr aí, para mim e para a minha equipa. Fomos recebidos de forma calorosa e espero que isso se repita."
Para o levar à camisola amarela, a Team Vorarlberg deve apostar num grupo de ciclistas semelhante ao do ano passado. "Há algumas mudanças. Penso que pelo menos quatro corredores vão ser os mesmos. Mas ainda há coisas para ver. Temos de perceber se estão todos em boas condições até ao último momento."
E o percurso? Os dez dias da Grandíssima? "Já dei uma vista de olhos [ao mapa]. Sinto que até pode ser mais fácil do que no ano passado. As primeiras etapas vão ser importantes, bem como as últimas. Pelo meio há uma corrida um pouco mais fácil”, reflete.
“No ano passado a corrida assentou-me muito bem porque as etapas mais duras foram as últimas, após o dia de descanso, e isso foi-me favorável. Este ano talvez tudo seja mais equilibrado, com menores distâncias entre ciclistas. Ao segundo dia há montanha, com toda a gente ainda com as pernas frescas, e há montanha na quarta etapa, antes do descanso. Mas parece-me um ótimo percurso."
Em 2023, Colin Stüssi assumiu a liderança da Volta a Portugal na serra do Larouco, no concelho de Montalegre. Desta vez. essa subida íngreme está fora do mapa de prova. Mas não faltam os desafios da subida à Torre (via Covilhã) e do caracol lendário da subida ao Monte Farinha, ao santuário de Nossa Senhora da Graça, em Mondim de Basto.
"Eu adoro as subidas. Não apenas um lugar em particular. Eu gosto da Senhora da Graça, da etapa da Torre. Sinto-me em casa nas grandes subidas. Não consigo dizer apenas um lugar que me agrade mais do que os outros. Adoro as pequenas aldeias pelas quais passamos, os edifícios, as zonas planas com muito calor, é como se passamos por diferentes países num único lugar."
Não são apenas os concorrentes que estão de olhos postos no suíço vestido de amarelo (cores da Vorarlberg). Stüssi também tem acompanhado os desempenhos dos adversários (possíveis, ainda não há lista oficial).
"Já aconteceram várias corridas em Portugal este ano. Eu estou sempre atento ao que os atletas em Portugal estão a fazer. O nível vai ser ótimo tal como no ano passado. Equipas como a Sabgal [Sabgal/Anicolor] têm novos ciclistas. Acredito que para vencer de novo vou ter de elevar o meu nível."
A TSF vai acompanhar a Volta a Portugal em bicicleta de 24 de julho a 4 de agosto.