Comandante da GNR não escreveu todo o auto sobre Alcochete e datas não coincidem
Márcio Alves, comandante do posto da GNR de Alcochete, alega que só assinou o documento a "16 ou 17 de maio" de 2018. Assinatura no auto data do dia 15.
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O comandante do posto da GNR de Alcochete, Márcio Alves, admite que não escreveu todo o auto que foi encaminhado para o Ministério Público sobre o ataque à Academia do Sporting e que a data do documento está errada.
Esta terça-feira, Miguel Matias, o advogado de um dos arguidos do processo de Alcochete, pediu a nulidade do auto de notícia dos incidentes feitos pela GNR de Alcochete, alegando que o responsável do posto assinou um documento que não produziu e a data assinalada está errada.
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O advogado alega que Márcio Alves "não participou diretamente na elaboração da totalidade do auto" que assina. O auto em causa está assinado com a data de 15 de maio de 2018 mas, em julgamento, Márcio Alves admitiu que apenas assinou o documento "a 16 ou 17" de maio.
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"A questão que se coloca aqui é a de pura e simplesmente saber se, além da data, este senhor leu o que consta deste auto e se corresponde à verdade. A consequência grave deste auto é que um inquérito que não estava classificado como de terrorismo, passou a estar. A partir desse momento, estas pessoas foram submetidas a medidas privativas de liberdade, onde estiveram durante mais de um ano, e alguns ainda estão", lembrou o advogado.
Márcio Alves esteve esta tarde a ser ouvido no Tribunal de Monsanto, em Lisboa. Foi ele que recebeu a denúncia do ataque por via telefónica de Ricardo Gonçalves, o responsável de segurança da Academia de Alcochete.