Concorrência no triplo salto. Pichardo quer fazer história, brasileiro Almir dos Santos avisa: "Todo o mundo vai para cima"
Em Paris, Almir dos Santos, que vive e treina em Portugal, admite que Pichardo é uma fonte de inspiração, assim como foi também Nelson Évora
Corpo do artigo
Pedro Pablo Pichardo salta esta tarde para o ouro olímpico e procura fazer história com as cores de Portugal. O atleta, que conquistou a medalha de ouro nos últimos Jogos em Tóquio, em 2020, vai tentar tornar-se o primeiro atleta português bicampeão olímpico.
Esta é uma final histórica do triplo salto e com concorrência feroz. Três atletas já saltaram na carreira acima dos 18 metros. O português não quis falar com os jornalistas antes da final desta tarde, mas a competição conta com outro atleta que vive e treina em Portugal. Chama-se Almir dos Santos, é brasileiro e avisa que "não há vencedores à partida". Afinal, com 70.000 pessoas presentes nas bancadas do Stade de France e os anéis olímpicos por perto, tudo é diferente.
"O triplo salto está numa crescente muito grande. Os caras estão saltando muito, só que tem uma coisa: são os Jogos Olímpicos, se fosse só pela marca, a gente não precisava de ter uma final", afirmou aos jornalistas, sublinhando que não há, por isso, vencedor ao salto de partida.
"Quando chegamos lá dentro, todo mundo sente a pressão. Todo o mundo quer guerra, todo o mundo vai para cima, quem acertar e tiver melhor vai levar. Se eu falar só de marca, estou lá atrás, só que eu também não tenho essa pressão, quem está lá em cima que segure", diz.
Quem está lá em cima é Pedro Pablo Pichardo, português e campeão olímpico, e também Jordan Díaz, espanhol que tem a melhor marca entre os presentes na final. Há também vários atletas de origem cubana. Almir dos Santos admite que Pichardo é uma fonte de inspiração, assim como foi também Nelson Évora.
"Eu construí o meu salto triplo em 2018, assistindo Pichardo, Nelson Évora, uma série de saltadores. Eu tentava reproduzir no treino até ao ponto de eu conseguir achar um salto que era o meu salto", explica.
Almir mudou-se para Portugal para preparar estes Jogos Olímpicos e destaca a "parte competitiva". "Se tu queres chegar nesse palco com os melhores do mundo, tu precisas de ter competido algumas vezes, porque senão chegamos aqui é 50%, é roleta russa. Pode dar certo, mas pode não dar", acrescenta.