"Condição neurológica rara." Primeiro árbitro negro da Premier League reaprende a andar

Uriah Rennie tornou-se conhecido por ter sido o primeiro negro a arbitrar um jogo da Premier League, entre o Derby Country e o Wimbledon, em 1997. Hoje, com 65 anos, está a reaprender a andar depois de recuperar de uma doença rara.

Aos 38 anos entrou na principal liga de Inglaterra e arbitrou mais de 300 jogos ao mais alto nível. Destacou-se pela capacidade física e tornou-se árbitro FIFA em 2000. Na Premier League, Rennie terminou a carreira aos 49 anos.

Há meio ano, durante uma viagem à Turquia, o ex-árbitro começou a sentir dores que pensou terem sido provocadas por dormir mal numa espreguiçadeira. Chegou a planear fazer parapente, "mas, por causa das dores", desistiu da ideia. Quando chegou a casa no fim das férias "mal conseguia andar".

Rennie contou à BBC que no final de outubro de 2024 foi internado no Northern General Hospital, um hospital universitário em Sheffield, em Inglaterra. Depois de "um mês deitado e quatro meses sentado na cama", acabou por sair, apenas, em fevereiro deste ano.

"Fiquei internado porque encontraram um nódulo que me pressionava a coluna. Por ser uma condição neurológica rara, os médicos não podem operar", disse.

O ex-árbitro confessou ser estranho ter de aprender a voltar a andar para alguém que "estava habituado a correr pela cidade". Já a fazer fisioterapia, Rennie diz que já consegue mover os pés, mas apenas fica de pé com uma estrutura presa à cadeira de rodas.

"Foi frustante, mas a minha família e amigos foram excecionais, o hospital foi absolutamente excelente e a universidade excecional."

Para lá do futebol, Uriah Rennie fez uma pós-graduação na Universidade Sheffield Hallam quando ainda arbitrava. Em 2023, foi condecorado com um douturamente honorário por realizar trabalhos durante anos com clubes da comunidade, com quem mantém contacto, "orientando-os da cama de hospital".

No mês de maio, o antigo árbitro será nomeado reitor da universidade: "Quero fazer a diferença em Sheffield e na comunidade."