Só os penáltis partiram a louça das Caldas. Benfica sofre na Mata, mas segue na Taça
A cidade das Caldas da Rainha é conhecida pela qualidade da cerâmica e as águias tiveram muita dificuldade em parti-la. Para conquistar a vitória, os encarnados tiveram de recorrer às grandes penalidades, num jogo em que a equipa da Liga 3 conseguiu perturbar o líder da I Liga. Veja os golos.
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A festa da Taça de Portugal fez-se no campo da Mata. Em modo de contrarrelógio, o recinto do Caldas, clube da Liga 3, conseguiu colocar um novo relvado para receber o líder Benfica. Numa partida entre clubes invictos, foram as águias a levar a melhor, mas só no desempate por grandes penalidades conseguiram partir a louça dos pelicanos, com uma vitória por 5-3 (1-1 no tempo regulamentar).
Os encarnados estreiam-se na competição, mas o mesmo não se pode dizer em relação ao emblema das Caldas da Rainha. Os caldenses surpreenderam e eliminaram, na segunda eliminatória, o SC Covilhã, da II Liga, por três bolas a zero e, nas últimas edições, tornaram o seu estádio um recinto presente em verdadeiras histórias de encantar.
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Em relação ao jogo com o Paris Saint-Germain, a contar para a Liga dos Campeões, Roger Schmidt faz cinco alterações. Para o onze, saltaram o guarda-redes Helton Leite, os defesas Gilberto e Brooks, o médio Draxler e o avançado Rodrigo Pinho.
O capitão da equipa das Caldas, Thomas Militão, recuperou a bola a meio-campo e não teve medo de rematar de longe e abriu as hostilidades das oportunidades no jogo. A cada toque de bola ou corte da formação da casa, as bancadas lançavam um bruaá de incentivo aos seus jogadores.
Para tentar surpreender a defesa contrária, o Benfica recorreu, nos primeiros minutos, às bolas longas para desbloquear os ataques. Ainda assim, as oportunidades das águias não se multiplicavam devido à linha compacta dos pelicanos, empenhados em tardar possíveis chances de golo dos encarnados.
No primeiro quarto de hora de jogo, o Caldas não fugiu do plano de jogo. Com os setores juntos, mas bastante avançados no terreno, os alvinegros conseguiam perturbar o ataque organizado dos lisboetas e, em contra-ataque, os caldenses criavam perigo à baliza de Helton Leite.
A atitude atrevida dos pelicanos desceu de tom por poucos minutos. O Benfica conseguiu, por breves momentos, criar boas situações de perigo e Aursnes chegou a colocar a bola dentro da baliza de Wilson, mas o norueguês estava em fora de jogo.
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Para o final da primeira parte, surgiu a melhor versão dos Caldas. João Silva apareceu em zona frontal, deu um passo atrás e rematou para defesa de Helton Leite, com a bola ainda a ressaltar para o poste da baliza. Os caldenses não davam qualquer espaço para o descanso do adversário e, quando caiu o pano da primeira parte, ficou na retina a exibição sólida dos homens da casa, que receberam uma ovação dos adeptos no regresso aos balneários.
Ao intervalo, o resultado marcava um empate a zero, mas para a qualidade do encontro, já ambas as formações justificavam golos na bagagem. Para a segunda metade, Roger Schmidt chamou do banco de suplentes Petar Musa e Diogo Gonçalves, para render Florentino e Rodrigo Pinho.
No regresso ao novo relvado do campo da Mata, foi notória a mudança de chip nos encarnados. O Benfica encostou o Caldas à sua área defensiva e as águias colecionavam oportunidades para aumentar a contagem.
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A louça das Caldas foi de qualidade, mas acabou por partir aos 52 minutos. Musa, que entrou para a segunda metade, já tinha ameaçado, mas, quando recebeu a bola de João Mário, fintou e ganhou em velocidade aos defesas adversários para, fora da área, rematar a contar. 1-0 para as águias e o marcador estava inaugurado.
Com menos frequência, os pelicanos aproveitavam os erros da defesa dos encarnados e tentavam reagir ao golo sofrido. Quando parecia que o jogo estava dominado até ao final, António Silva errou uma abordagem ao lance, aos 73 minutos, e Gonçalo Barreiras aproveitou para, isolado, empatar o encontro e levar à loucura as bancadas do campo da Mata. Estava a ser feita a tão proclamada festa da Taça.
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Wilson Soares vestiu o fato de herói e negou, por inúmeras vezes, o golo à equipa dos encarnados. Além do guardião, a defesa das Caldas personificou o que se espera do espírito de equipa e, em conjunto, evitaram que as águias chegassem à vantagem. Era hora de prolongamento nas Caldas da Rainha!
Para o tempo extra, Roger Schmidt chamou do banco João Victor e, pela primeira vez, o defesa brasileiro vestiu a camisola vermelha e branca. Houve uma pausa entre fases do jogo, mas a superioridade continuava do lado do Benfica, com várias chances, incluindo um remate à trave de Enzo Fernández.
Com 15 minutos jogados, faltavam jogar outros tantos para tentar decidir o jogo no tempo extra. O discernimento do Caldas não era o mesmo, mas, mesmo assim, continuava a tentar aproveitar os contra-ataques para criar oportunidades e, do lado dos encarnados, também não havia criatividade para marcar. O encontro da 3.ª pré-eliminatória da Taça seria decidido nas grandes penalidades!
Da marca dos onze metros, o Benfica foi mais forte e terminou com o sonho da equipa das Caldas da Rainha. Os encarnados seguem, com muito esforço, para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, mas fica para a posteridade a intensidade que pautou todo o jogo.
Onze do Caldas: Wilson Soares, André Sousa, Thomas Militão, Yordi Marcelo, Henrique Henriques, Nuno Januário, André Perre, Leandro Borges, João Rodrigues, João Silva e Miguel Rebelo
Onze do Benfica: Helton Leite; Gilberto, António Silva, Brooks e Grimaldo; Aursnes e Florentino, Draxler, Enzo Fernández, João Mário; Rodrigo Pinho
Suplentes do Caldas: Luís Paulo, Diogo Clemente, Luís Farinha, Rafael Roque, Marcelo Marquês, Gonçalo Barreiras, Francisco Miranda, Dagmar Pinto e André Simões
Suplentes do Benfica: Vlachodimos, Diogo Gonçalves, Chiquinho, Mihailo Ristic, Gil Dias, Musa, André Almeida, João Victor e Paulo Bernardo